Depois de dois resultados desastrosos, o Real Madrid apresentou-se mais equilibrado, tanto a defender, como a atacar, e venceu o clássico com o Barcelona em pleno Camp Nou por 3-1. Em apenas noventa minutos, a equipa de Zinedine Zidane desembaraçou-se de uma nuvem negra e deixou-a nas mãos do eterno adversário.

O jogo começou frenético, intenso e com um golo para cada lado nos primeiros oito minutos. O Real Madrid recuperou, depois, a vantagem na segunda parte, com uma grande penalidade convertida por Sergio Ramos e, quando os catalães arriscaram tudo à procura do empate, Modric matou o jogo com o terceiro golo dos merengues já perto do final.

As embaraçosas derrotas diante do Cádiz (0-1) e do Shakhtar Donetsk (2-3), ambas em casa, obrigavam o Real Madrid a procurar a redenção em pleno clássico, no campo do inimigo, com a consciência que era completamente interdito um terceiro desaire que iria colocar tudo em dúvida em redor de Zinedine Zidane.

Foi, portanto, uma equipa muito concentrada, determinada a manter equilíbrios que se apresentou em Camp Nou, sob o comando do capitão Sergio Ramos que deixou a sua marca bem vincada em mais um clássico. O jogo começou frenético, com um ritmo alucinante e grande intensidade. O Real Madrid deixou claro que vinha discutir o resultado e marcou, logo aos cinco minutos, com Benzema a servir Valverde que só teve de encostar.

Resposta rápida do Barça que empatou o jogo, três minutos depois, também em velocidade, com Messi a destacar Jordi Alba sobre a esquerda e com o lateral a servir Fati que teve a honra de assinar o golo 400 dos catalães ao Real Madrid. Um arranque de tirar o fôlego e que prometia muitos mais golos, mas a verdade é que o jogo acabou por serenar, sem nunca perder a intensidade. Messi teve a reviravolta nos pés, mas Benzema também podia ter recuperado a vantagem dos merengues.

O jogo voltou a começar com um ritmo forte na segunda parte e Coutinho esteve perto de marcar, com um desvio de cabeça, antes do momento mais polémico do jogo. Na sequência de um livre de Kroos, sobre a esquerda, Sergio Ramos tentou chegar à bola, mas foi agarrados por Lenglet. As imagens mostram a camisola do central claramente a esticar, embora o experiente jogador tenha aproveitado depois para dramatizar a queda. A verdade é que o árbitro, alertado pelo VAR, foi rever as imagens e apontou mesmo para a marca dos onze metros, de onde Sergio Ramos, especialista nestas situações, bateu Neto.

Faltava menos de meia-hora para o final, mas Ronald Koeman arriscou tudo à procura do empate. Lançou de uma assentada Griezmann, Trincão e Dembelé e, logo a seguir, Braithwaite. Nesta altura o Real Madrid, com a entrada de Modric, já estava artilhado para responder em transições rápidas, diante de um adversário completamente perdido, com forte tração à frente e uma verdadeira autoestrada nas suas costas.

Kroos teve uma dupla oportunidade para marcar, Sergio Ramos também esteve muito perto de bisar, mas foi mesmo Modric a acabar com todas as expetativas. Transição rápida, com o croata a combinar com Rodrygo já no interior da área, Neto saiu ao seu caminho, mas o croata, com classe, desviou-se e atirou a contar.

Estava tudo decidido, como se viu logo a seguir no desalento de Messi. O Real Madrid conseguiu sair de uma situação difícil e deixou todos os problemas nas mãos do adversário que está a poucos dias de defrontar a Juventus.

Zidane pode voltar a sorrir.