A FIGURA: Tiquinho Soares

Nuno arriscou e acertou em cheio ao lançar o avançado brasileiro às feras. As feras são leões? Pois bem, Soares não se assustou. O predador clássico foi ele. Qual expedição à savana africana, Soares fez mira e caçou as suas presas. Um. Dois. 2-0. Primeiro usando a cabeça (6'), depois socorrendo-se de um misto de velocidade e técnica para fazer o segundo antes do intervalo (40'). Mas Soares foi bem mais do que os dois golos que marcou na noite do Dragão. Foi o primeiro a pressionar, funcionou como o primeiro defesa portista (numa dividida só não levou Zeegelaar à expulsão porque Hugo Miguel condescendeu), procurou o espaço, caiu nos flancos e a profundidade, segurou a bola e sempre que teve oportunidade tentou visar a baliza de Rui Patrício. Que grande exibição! Um show de Soares numa estreia abençoada por Espírito Santo.

FC Porto-Sporting, 2-1 (crónica): Soares é fixe e Casillas é «San»

Soares no momento em que bisa e faz o 2-0 para o FC Porto

O MOMENTO: Minuto 6. Soares, afinal, é fixe

Soares a titular, dúvidas no Dragão. O reforço estreia-se no clássico e o adepto azul e branco duvida. No entanto, quem duvidou depressa ficou convencido. Soares não tardou a aparecer ao segundo poste para corresponder de cabeça, a um cruzamento de Corona, colocando no fundo das redes e fazer o primeiro golo do FC Porto. A partir daqui, foi um festival do avançado brasileiro. A atacar, pois claro – e que prova melhor do que o segundo golo? Mas também a defender, pressionando a primeira fase de construção do Sporting. Do minuto 6 em diante praticamente todas as ações de Soares ao longo dos 90 minutos foram acertadas. Que melhor elogio se lhe pode fazer?

FC PORTO-SPORTING, 2-1: OS DESTAQUES DOS LEÕES

OUTROS DESTAQUES:

Alex Telles

Aos poucos conquistou o seu espaço na lateral esquerda portistas e ganhou a titularidade a Layún, que esta noite nem sequer esteve sentado no banco de suplentes. Teve a dificílima missão de apanhar Gelson pela frente e não se saiu nada mal. Não arriscou nas subidas, como habitualmente, tendo sobretudo recorrido aos lançamentos em profundidade nas transições ofensivas.

Corona

A bola chega-lhe aos pés e… cola. Pelo flanco direito do ataque portista o mexicano usou as suas melhores armas: o pé direito e o pé esquerdo, com o qual cruzou para Soares inaugurar o marcador. O resto foi a velocidade do costume e uma enorme capacidade de sacrifício na hora de recuar para cobrir o seu flanco. Saiu aos 83’, debaixo de aplausos merecidos, para dar lugar a João Carlos Teixeira.

Danilo Pereira

Praticamente sozinho foi tentando segurar o meio-campo defensivo portista durante uma hora. Resistiu, resistiu, até que Nuno decidiu mexer na equipa para dar consistência à zona nevrálgica, que durante largos períodos do tempo foi controlada pelo Sporting. Defensivamente, teve uma exibição positiva. Porém, foi sobretudo aquela arrancada aos 40 minutos, com um passe açucarado para deixar Soares na cara do golo que ficou na dos adeptos.

Marcano

Lembram-se daquele central intranquilo da época passada? Não tem nada que ver com este que virou patrão da defesa portista. Marcano e também Felipe resistiu ao assédio leonino à área portista e manteve a tranquilidade sempre que o jogo fervia.

Casillas

Coates subiu, «chutou» de cabeça e Casillas mergulhou sobre a linha de golo para salvar o empate do Sporting já nos descontos. Pode resumir-se Casillas neste lance e numa só palavra: salvador. Esta é a síntese perfeita do ilustre guardião espanhol. «Santo», chamam-lhe, por milagres como este. Que defesa inacreditável! Festejada como um golo no Dragão!