18 de Março de 2000. Uma data que nenhum leão terá esquecido. No estádio de Alvalade a equipa liderada na altura por Augusto Inácio venceu o F.C. Porto e arrancou para o título dezoito anos depois. Acosta, como durante toda a época, vestiu a pele de herói. «Fomos para esse clássico dois pontos atrás do F.C. Porto, ganhámos e passámos a liderar a classificação», diz o argentino ao Maisfutebol. «Foi o princípio do título». Pela frente ficaram ainda mais oito jogos, mas não mais o Sporting perderia a liderança.
O F.C. Porto procurava nessa época o sexto campeonato consecutivo, aquela derrota deu início ao fim do ciclo. Procurando no imenso baú das memórias, o antigo goleador leonino diz recordar sobretudo o precioso auxílio de um lateral portista. «O meu golo nasceu de um passe de Secretário que não me viu», recorda. «Ele meteu-me a bola quando eu vinha de trás, então tive que pegar nela e, enfim, metê-la na baliza», sorri. Pelo caminho pergunta-se se falou com o jogador portista no final do jogo. «Não, não falei», diz, por entre uma gargalhada. «Ele não estava em condições de falar comigo».
Do jogo ficou ainda a memória do primeiro golo, da autoria de André Cruz, na marcação de um livre. Acosta fez o segundo ainda antes do intervalo e o estádio Alvalade rebentou numa espiral de felicidade que só acabou no estádio Vidal Pinheiro, num triunfo que garantiu uma vantagem sobre o F.C. Porto de quatro pontos e o título dezoito anos depois. Para espanto de muita gente. «Nós acreditávamos, e isso era o mais importante», diz Acosta. «Éramos um grupo forte e que sabia muito bem o que fazia. O F.C. Porto era uma boa equipa, que ganhava muitas vezes, mas não era imbatível. Nós acreditávamos nisso e mostrámo-lo». Por isso o avançado argentino ficou na história do Sporting. «Sinto que as pessoas não me esquecem e eu também não os esqueço. Estão no meu coração para sempre».


Ficha de jogo
Sporting: Schmeichel; César Prates, André Cruz, Beto e Rui Jorge; Duscher e Vidigal; Mpenza (De Franceschi, 72m), Pedro Barbosa (Toñito, 67m) e Edmílson (Bino, 84m); Acosta.
Treinador: Augusto Inácio
F.C. Porto: Vítor Baía; Secretário, Jorge Costa, Aloísio e Esquerdinha; Paulinho Santos, Chaínho (Drulovic, 45m) e Deco (Clayton, 73m); Capucho, Jardel e Domingos (Alessandro, 67m).
Treinador: Fernando Santos
Árbitro: Isidoro Rodrigues (Lisboa)
Golos: André Cruz (16m) e Acosta (37m)