O Clube Desportivo São Roque confunde-se com a freguesia. São Roque fica situado nas zonas altas do concelho do Funchal, na Madeira, e o clube local está fortemente enraizado na comunidade onde está inserido. É mesmo uma coletividade-exemplo no campo social.

«Temos uma série de atividades que vamos desenvolvendo ao longo do ano com a ideia, acima de tudo, de movimentar o corpo e a mente da população de São Roque», explica o presidente do CD São Roque Renato Gouveia.

Ginástica e passeios a pé e culturais são algumas das prioridades, «mas, por exemplo, este dia 20 realizamos uma atividade de Orientação nos Jardins de Santa Luzia para as pessoas da freguesia».

As atividades regulares de cariz lúdico movimentam cerca de 250 pessoas, sendo que o facto de o clube ter o seu pavilhão próprio permite aos utentes terem excelentes condições para a realização das mais variadas atividades. Um pavilhão que tem diversas valências, entre elas um ginásio de musculação e outro ginásio destinado à vertente lúdica, o que possibilita um trabalho variado e dinâmico em prol da população.



«Temos de ter todo esse envolvimento. Para além de apostarmos no desporto federado temos uma grande preocupação com a parte social porque dessa forma também criamos uma maior empatia entre as pessoas e o clube, o que é importante para nós», salienta Renato Gouveia, assumindo, por outro lado, que esta é também uma fonte de receita do São Roque.

«Também é, naturalmente. E quando estivemos em maior dificuldade socorremo-nos mais dessa vertente para manter o normal funcionamento do clube», assume. O facto de as instalações serem grandes e obrigarem a alguns custos é também uma forma de o clube procurar outras fontes de financiamento que não sejam apenas as subvenções públicas atribuídas pelo Governo Regional da Madeira. «Mas o clube cresce porque as pessoas gostam do clube e participaram ativamente nas nossas atividades», sublinha o dirigente.

São Roque tem três títulos de campeão nacional da I Divisão de ténis de mesa

O São Roque foi, durante vários anos, a melhor equipa do país no ténis de mesa. Os madeirenses foram mesmo campeões nacionais da I Divisão, em seniores masculinos, durante três épocas: 2000, 2005 e 2006. O clube funchalense venceu ainda seis Taças de Portugal e três Supertaças.

Os três títulos de campeão de Portugal foram conquistados com apenas um estrangeiro nas equipas que tinham como expoentes máximos o madeirense Marcos Freitas e ainda João Monteiro.

«A Madeira é uma potência no ténis de mesa, por isso sempre quisemos ter madeirenses. O ténis de mesa é a modalidade que tem projetado mais o clube e atualmente estamos a apostar cada vez mais nos escalões de formação para que um dia esses jogadores cheguem à equipa principal», explica Renato Gouveia admitindo que atualmente é difícil pensar em voltar a ser o melhor do país face à atual conjuntura financeira.



O orgulho no nº9 do mundo

Dois dos três títulos foram conquistados com Marcos Freitas, ele que cresceu muito no São Roque, clube que serviu de trampolim para que o campeão europeu de equipas com Portugal chegasse ao topo do ténis de mesa em termos internacionais, depois de ter ido jogar para o estrangeiro.

«O Marcos sempre foi um atleta de eleição. Mas se há dez anos me dissesse que ele ia ser o nº9 do Mundo eu dizia-lhe que isso seria um pouco ambicioso de mais. Mas agora que ele já chegou lá, acredito que ainda pode ganhar mais um ou dois lugares, confessa o presidente reconhecendo que «para todos nós, portugueses e madeirenses, é um motivo de orgulho ter um atleta destes, numa das modalidades mais praticadas no mundo». «E onde os asiáticos são o expoente máximo, com outros investimentos», acrescenta

Renato Gouveia e a ligação com o clube onde está desde criança

Aos 8 anos, Renato Gouveia já jogava ténis de mesa no São Roque onde ficou até aos 18 anos. Depois da paragem para os estudos universitários, o irmão Marcelo, que foi presidente do clube durante duas décadas, convidou-o a integrar, a partir de 1998, os órgãos sociais do São Roque como diretor para o ténis de mesa. No final do último mês de Janeiro, Renato Gouveia foi eleito presidente do clube do coração.

Atualmente, o clube do Funchal tem cinco modalidades que movimentam à volta de 200 atletas, sendo o ténis de mesa o desporto-rei. Mas há também o hóquei em patins, a pesca desportiva, o karaté e a natação.