Coelho recupera memórias com classe. Enumera talentos, compara estilos, relata histórias como jornalista ou escritor. É jogador de futebol. Passou por F.C. Porto, Inter de Milão e Benfica. Agora, tenta encontrar o seu espaço no Paços de Ferreira.
Do Porto ao Inter, do Benfica à bancada do Paços
Folheando o livro de memórias, tantas para um jovem de apenas 20 anos, encontram-se referências vincadas a Mario Balotelli e Pablo Aimar. Duas gerações, dois talentos incomparáveis. Em entrevista ao Maisfutebol, José Alves «Coelho» garante que nunca viu nada parecido com aqueles dois.
«Joguei com o Balotelli nos juvenis do Inter de Milão. Era o meu colega de quarto e, sim, sempre teve um feitio muito complicado. Mas atenção: é bom rapaz. Diz as coisas, tem o coração quase fora da boca, mas depois reflecte e vem pedir desculpas», começa por relatar.
Balotelli, o homem que mantém uma relação de amor-ódio com José Mourinho, já sabia que iria chegar ao topo. Marcava golos atrás de golos, saltava etapas na formação. Quando era criticado, respondia tão depressa como responde por estes dias: «Andávamos na mesma escola e, sempre que lhe diziam alguma coisa, ele respondia sempre o mesmo: Daqui a uns anos, vais ver, ainda te vais arrepender de dizer isso.»
O avançado chegou ao topo. Coelho continua à procura de um espaço. Os dois amigos mantém o contacto e o jogador português revela que Balotelli sempre quis trabalhar com Mourinho.
«Falei com ele no início da época e disse-me que adorava trabalhar com Mourinho, os treinos sempre com bola. Em Itália não costuma ser assim, é muito físico. Sempre vi que Balotelli ia longe. Joguei contra a Espanha do Bojan, o Brasil dos irmãos Silva (Man. United) e do Lulinha (Estoril) e ninguém tinha tanto talento como o Balotelli», garante.
«Aimar é o melhor jogador com quem tive contacto»
Agora, o Benfica, próximo adversário do P. Ferreira na Liga. Coelho não deve ser utilizado no Estádio da Luz, palco que já pisou em jogos da equipa júnior e em treinos esporádicos no plantel principal. Lá, encontrou Pablo Aimar, «o maior de todos».
«Nos treinos, surpreendia-me sempre a qualidade do Aimar, para além do Di María. O Aimar é mesmo espantoso. No Inter, os jogadores do plantel principal vinham treinar connosco quando estavam a recuperar de lesões, mas mesmo entre esses nunca vi ninguém a jogar melhor que Aimar. É o melhor jogador com quem tive contacto», garante.
Coelho salienta ainda um trio de benfiquistas, enquanto deseja boa sorte aos encarnados para a recta final do campeonato.
«Em termos de integração, tenho de destacar o David Luiz, o Ruben Amorim, o Nuno Gomes. Sempre preocupados em integrar os jovens, em fazer-nos sentir bem. Espero voltar no futuro, mas sou realista, sei que muito dificilmente integrarei o plantel principal na próxima época», remata o avançado.