O presidente do Comité Médico da FIFA, Michel D’Hooghe, mostrou-se contra a proposta conjunta do Comité Olímpico Internacional (COI) e da Agência Mundial Antidoping (AMA) para canalizar a gestão de todos os controlos no segundo organismo.

Citado pela agência AFP, D’Dooghe disse respeitar as propostas do COI e da AMA, «mas justificam-se para federações mais pequenas», reiterando que a FIFA não entregará a gestão dos controlos à Agência Mundial Antidoping.

No próximo domingo, a AMA apresentará uma série de reformas na política de controlos antidoping. A mais polémica, por sugestão do COI, é a de passar a gerir, por intermédio de um organismo criado por si, a gestão dos controlos para todas as federações internacionais.

Além da discussão desta proposta, o presidente da AMA, o britânico Craig Reedie, sem opositor, deverá ser reeleito para um novo mandato de três anos.

O COI, que já financia metade do orçamento anual da AMA, estimado em 27 milhões de dólares (cerca de 25,2 milhões de euros), está disponível em reforçar a verba para que seja implementado este novo sistema, mas essa opção não é consensual.

A AMA deverá sugerir as federações que atribuam as verbas dos seus orçamentos destinadas aos controlos à futura entidade, mas se grandes federações como a FIFA ou a Federação Internacional de Ciclismo (UCI) optarem por não integrar a nova política antidoping, os fundos não deverão ser suficientes.

Citado pela AFP, o presidente de uma federação internacional, que pediu anonimato, disse que esta proposta «é mais política que prática», enquanto o líder da Federação Internacional de Tiro com Arco, Tom Dielen, considera que a medida «tem um impacto residual nas modalidades mais pequenas», pois o seu organismo já tem «um sistema de controlo implantado».

Confrontado com estas posições contrárias, o diretor-geral da AMA, Olivier Niggli, frisou que «compete ao COI convencer as federações, como também lhe competirá financiá-lo».

Apesar das fricções entre os dois lados, agravadas com o escândalo de doping generalizado na Rússia, que levou à exclusão dos praticantes de atletismo dos Jogos Olímpicos Rio2016, o COI já manifestou o apoio à reeleição de Craig Reedie.