O Comité Olímpico Internacional [COI] decidiu, esta terça-feira, afastar a Rússia dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 devido à dopagem institucionalizada no país, embora os seus atletas possam competir em Pyeongchang sob a bandeira olímpica mediante condições específicas.

A entidade olímpica anunciou ainda a irradiação do vice-primeiro ministro rysso, Vitali Moutko, que durante vários anos tutelou o desporto russo.

Recorde-se que o escândalo do alegado esquema de dopagem sistemática patrocinado pelo governo russo foi revelado em dezembro de 2014, num documentário da estação televisava alemã ARD, levando à abertura de procedimentos disciplinares por parte do Comité Olímpico Internacional e da Agência Mundial Antidopagem [AMA].

Mais tarde, em agosto de 2015, antes dos Mundiais de atletismo de Pequim, o canal alemão denunciou novos casos de doping, visando atletas russos e quenianos, entre os quais alguns medalhados e campeões olímpicos.

Em novembro de 2015 a AMA divulgou as primeiras conclusões do relatório feito pela sua comissão independente, propondo a exclusão do atletismo russo dos JO 2016, o que viria a acontecer, enquanto a Associação Internacional das Federações de Atletismo [IAAF] suspendeu a federação russa, que aceitou a pena.

Posteriormente, em julho de 2016, ocorreu um novo episódio. A primeira parte do relatório independente da AMA, da autoria do professor canadiano Richard McLaren, que denunciou um sistema de doping estatal, envolvendo 30 modalidades, entre 2011 e 2015.

A segunda parte desse mesmo relatório, publicada em dezembro de 2016, concluiu a existência de «manipulação sistemática e centralizada de controlos antidoping».

A IAAF prolongou o castigo da federação russa até aos Mundiais de Londres, disputados em agosto, já depois de a agência russa antidopagem [Rusada] ter sido novamente autorizada a realizar controlos, no passado mês de junho, após um ano e meio de suspensão.

Em agosto de 2017, o novo presidente da federação russa de atletismo, Dmitry Shlyakhtin apresentou um pedido de desculpas públicas no congresso da IAAF pelo envolvimento do seu país no esquema de dopagem, que já originou a suspensão de dezenas de atletas.