Jorge Castelo não espera grandes novidades em relação ao sistema táctico que o Benfica vai apresentar este domingo no Estádio da Luz frente ao F.C. Porto. O professor espera que a equipa de Giovanni Trapattoni se apresente no tradicional 4x2x3x1, ataque com poucos elementos e defenda a sua baliza como um bloco, bem perto de Moreira.
A táctica do Benfica (4x2x3x1)
«O Benfica não vai alterar basicamente o que temos vindo a ver ao longo dos últimos tempos. Ou seja, o sector defensivo é constituído por dois centrais e dois laterais, depois tem apontado muito para dois jogadores que se colocam à frente da defesa e procuram manter o equilíbrio estrutural da equipa, que são os casos de Petit e de Manuel Fernandes. Estes dois jogadores são os dois basilares do meio-campo. Depois tem um ponta-de-lança. O Benfica tem conseguido bons resultados só com um ponta-de-lança e não estou a ver o Benfica nos próximos tempos a jogar com dois. Ainda no ataque, a equipa conta com dois jogadores a percorrer as linhas, rápidos, como é o caso de Simão e Geovanni ou João Pereira. Falta ainda um elemento a jogar atrás do ponta-de-lança que pode ser Zahovic ou qualquer outro».
A importância dos alas
«Em termos de dispositivos, o Benfica estabelece-se nesta dimensão: quatro defesas, dois trincos e o movimento dos dois homens nas linhas que fecham bastante. Uma das grandes diferenças em relação à época passada, são os extremos fecharem bem os corredores. Antes preocupavam-se mais com o aspecto ofensivo e muito pouco com o aspecto defensivo por isso é que os dois laterais andavam muitas vezes em palpos de aranha para travar os adversários. Depois um alvo fundamental que é Sokota que em termos de alvo de progressão da equipa, de segurar a bola e de se movimentar de costas para a baliza é um dos melhores jogadores a actuar em Portugal».
Plano de jogo/estratégia
«Ofensivamente vão aparecer só com três ou quatro jogadores na zona de finalização: Simão na esquerda, o jogador que for jogar na direita, o ponta-de-lança e o que vai jogar atrás do ponta-de-lança. Petit vai surgir em apoio com a perspectiva de poder rematar de longe. Eventualmente poderá haver a incorporação de um dos laterais, mais o Miguel do que o seu companheiro da esquerda. A grande diferença do Benfica em relação ao ano passado está relacionada com as questões defensivas. A equipa do Benfica recua bastante, mas recua concentradamente. A equipa joga muito compacta, basta ver onde joga o Sokota quando está a defender. Joga quase na linha do meio-campo, quando o resto da equipa está atrás. Há uma grande concentração da equipa com dois objectivos. Um deles é proteger bem a baliza, é essa a visão de Trapatonni, quando se está a defender é para defender bem a baliza. O segundo é dar alguma iniciativa ao adversário para o desequilibrar, ou seja, quando ganham a posse da bola procuram ganhar as costas da equipa adversária. O grande plano do jogo do Benfica é este: quando ataca, ataca com poucos jogadores, isto é, sobem todos, mas há poucos na zona de finalização; e quando defende, concentram-se bem nas suas zonas defensivas para depois tentar ganhar a bola e ganhar as costas da equipa adversária».
A defender
«Petit e Manuel Fernandes são fundamentais para o equilíbrio da equipa no centro do terreno. Zahovic ou quem jogar atrás do ponta-de-lança recua para se juntar aos trincos e oferecer mais consistência ao centro. Os extremos fecham os flancos».
A atacar
«Sokota bem metido na área, ladeado pelos extremos e o apoio fundamental de um jogador para fornecer bolas ao ponta-de-lança. Petit e Manuel Fernandes oferecem consistência ofensiva e defensiva, logo após a perca da bola. Temos ainda a subida dos laterais, mais o do lado direito do que o da esquerda que, tal como os centrais, raramente sobe, excepto em bolas paradas. Estes três jogadores estão muito trancados. O Miguel ao subir conta com o apoio do extremo que fica para tras».