André Villas-Boas rejeitou a ideia de que tenha deixado o F.C. Porto por ter medo do fantasma de José Mourinho, como disse Pinto da Costa. O treinador do Chelsea reagiu depois da vitória sobre o Portsmouth (1-0), neste sábado, e aproveitou para falar de mercado, admitindo que quer reforçar o meio-campo, e dizer ainda que o F.C. Porto vende caro.

«O presidente do FC Porto é uma pessoa que respeito muito, é uma pessoa que conheço bem e é o clube que eu amo», afirmou o treinador, citado pela Lusa, acrescentando que não teria ido para o Chelsea «se tivesse um problema com Mourinho». Foi precisamente pelo clube inglês que Mourinho trocou o F.C. Porto em 2004 e, como recorda Villas-Boas, «foi extremamente bem sucedido» em Londres entre 2004 e 2007.

O presidente do F.C. Porto sugeriu que Villas-Boas temia não conseguir repetir a proeza de Mourinho, que conquistou a Liga dos Campeões na época seguinte à vitória na Taça UEFA. O treinador responde que, a ser assim, não teria ido para um clube onde a Liga dos Campeões é um claro objectivo da época.

«As coisas que vivemos no FC Porto representam muito para os adeptos do FC Porto, para mim e para a estrutura do clube. Ia ser sempre uma separação difícil. Eu respeito a ira dos adeptos do FC Porto, mas é uma decisão que tinha de tomar e tomei», repetiu.

Quando lhe perguntaram se as más relações com o F.C. Porto podem dificultar a contratação de jogadores dos «dragões», Villas-Boas disse que a equipa tem «jogadores fantásticos e grande talento», mas o F.C. Porto «é conhecido por ser um dos clubes mais caros na venda dos seus jogadores»: «Eles protegem-se com cláusulas de rescisão elevadas e é difícil para nós irmos a esse mercado.»

Quanto ao mercado, Villas-Boas confirmou que o Chelsea tem um acordo com o Genk para a contratação do jovem guarda-redes belga Thibaut Courtois, um gigante de 2 metros.

O treinador admitiu de resto que a preocupação principal é com o meio-campo, com Essien a enfrentar uma recuperação até seis meses. «É bastante óbvio que nos vamos mexer a qualquer momento, mas não queremos mudanças radicais», começou por dizer o treinador português.

«Viram que adaptámos o Benayoun a essa posição, no meio, tal como no jogo com o Wycombe, ele esteve muito bem», começou por referir o técnico. «Sabemos qual é a situação com Luka Modric (do Tottenham), é pública, e percebemos a posição que o clube tomou (os Spurs declararam o médio intransferível), por isso, neste momento, estamos a analisar os vários mercados em relação a tudo e não apenas a certos jogadores», acrescentou Villas-Boas.

O treinador fez ainda uma abordagem sobre se é possível jogar com Drogba e Torres ao mesmo tempo. «Não vejo qualquer problema, se jogadores desta dimensão não conseguem jogar um com o outro, então algo haveria de estar mal», respondeu, para lembrar que entrou em campo num 4x3x3.

«É o sistema que estamos a trabalhar nos últimos dez dias e vamos progredir daí para outras estruturas», assegurou.

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