A secção não profissional do Conselho de Disciplina castigou o Sporting com a realização de quatro jogos de futsal no Pavilhão João Rocha à porta fechada.

Esta decisão, tomada nesta quarta-feira e entretanto já comunicada ao Sporting, é passível de recurso para Conselho de Justiça e para o Tribunal Arbitral do Desporto, sendo que se o clube leonino recorrer para o TAD pode pedir o efeito suspensivo do castigo.

A Federação Portuguesa de Futebol não se vai opor ao carácter suspensivo do recurso, tal como nunca se opôs por exemplo nos vários jogos de interdição do Estádio da Luz, pelo que o mais normal é que esta decisão agora conhecida fique suspensa até uma decisão final no Tribunal Arbitral do Desporto.

Na origem do castigo estão dois jogos de futsal: o primeiro realizado a 16 de outubro de 2018, frente ao Burinhosa, e o segundo realizado a 27 de outubro de 2018, frente ao Sp. Braga.

Em ambas as partidas foram registados insultos de índole homofóbica contra um jogador do Burinhosa e contra o guarda-redes do Sp. Braga, os quais foram repetidamente entoados por adeptos leoninos, particularmente no setor destinado às claques.

Nesse sentido, e seguindo as últimas recomendações da UEFA e da FIFA, o Conselho de Disciplina castigou o futsal do Sporting com dois jogos à porta fechada por cada uma das partidas, num total de quatro jogos, ao abrigo do artigo 62, número 1, do regulamento disciplinar, o qual faz referência a comportamento discriminatórios.

O acórdão do Conselho de Disciplina, para além de condenar o comportamento dos adeptos, culpa também o Sporting por não ter agido com o cuidado e a diligência necessários, falhando no dever de impedir tais comportamentos.

O mesmo acórdão justifica ainda o castigo agora imposto ao futsal do Sporting com o facto dessa ser uma recomendação da FIFA, lembrando que na fase de apuramento para o Mundial 2018 foram abertos 51 procedimentos disciplinares por comportamentos discriminatórios de origem racial, xenófoba, religiosa ou homofóbica.

Refira-se, por fim, que para além dos cânticos homofóbicos, o jogo com o Sp. Braga ficou ainda marcado por uma interrupção, provocada pelo facto do guarda-redes adversário ter sido cuspido, o que foi punido com uma multa.

No somatório de todas as multas, pelos insultos homofóbicos e pela cuspidela no guarda-redes do Sp. Braga, o Sporting terá de pagar 4080 euros.