A Copa América 2015 começa quando já for sexta-feira em Portugal. O Chile é o país anfitrião da competição mais importante do continente sul-americano, cujos clássicos favoritos à vitória na final de dia 4 de julho são três. Mas, além dessa visão geral, o argentino Lionel Messi e o Brasil de Neymar Jr. vão reunir a maior parte das atenções.

Em 43 edições da Copa América, Uruguai, Argentina e Brasil ganharam 37 dos torneios realizados – o primeiro, em 1910, ganho pelos argentinos, não é tido como oficial. A Argentina apresenta-se no Chile como a seleção vice-campeã do mundo desde o ano passado e esse estatuto remete ainda para uma outra questão central: o papel de Messi.

O jogador do Barcelona não só terminou a época em excelente plano individual como a equipa catalã se sagrou há menos de uma semana campeã europeia fechando a temporada de clubes com a tripla de troféus (que incluem ainda o campeonato espanhol e a Taça do Rei). E já foi a segunda vez que Messi passou por este sucesso no Barça. O que falta ao jogador argentino é mesmo um título pela sua seleção.



Messi perdeu a final da Copa América para o Brasil em 2007 e, como recorda a imagem, a final do Mundial 2014 para a Alemanha. A «pulga», mais do que todos, estará sedenta do seu primeiro título com a seleção pela qual deverá atingir as 100 internacionalizações no Chile – está com 95.

Mas, apesar de muitas vitórias na Copa América, a Argentina não ganha a competição desde 1993: E, como Messi, há muitos grandes jogadores argentinos – alguns campeões do mundo com a albiceleste – que nunca conseguiram ganhar o mais importante torneio sul-americano, como Maradona, Kempes, Riquelme ou Zanetti.

A última vitória do Brasil foi a já referida de 2007, mas a seleção canarinha tem uma missão suplementar em relação à recuperação do título de campeã do seu continente. Os brasileiros jogam para limpar ou para esquecer – depende do ponto de vista externo ou interno, respetivamente – a imagem deixada no seu Mundial: a goleada de 7-1 sofrida com a Alemanha nas meias-finais  retocada com o 0-3 no jogo da consolação da Holanda.



E aquela imagem dizia muito respeito a um estado de evolução/estagnação antes do que a outra coisa... A renovação operada por Dunga na sua segunda era ao comando do escrete tem dado resultados e a seleção brasileira ganhou (todos) os nove jogos que fez depois do Campeonato do Mundo. Mas todos esses jogos, também, foram particulares. Agora será a contar; agora será a primeira prova de fogo que a seleção brasileira vai enfrentar para fazer as pazes com os seus adeptos.

À frente do Brasil surge Neymar, cada vez melhor jogador – ele que é o segundo elemento do temível tridente do Barcelona. O craque brasileiro teve uma saída do Mundial 2014 ainda mais cedo do que a seleção canarinha – vítima de uma chocante lesão nos quartos de final com a Colômbia – e o seu espírito não conseguiu passar para o relvado.

Com Neymar à cabeça (de novo), um dos maiores desafios do Brasil é mostrar que já voltou a assentar os pés na relva; desta vez chilena e sem pressões caseiras das bancadas. Porque a qualidade individual está lá, como se sabe.

Menos forte individualmente, mas funcionando com um bloco solidário de bons jogadores experientes a servir a grande eficácia do ataque, assim é o cartão de visita do Uruguai. A seleção de Óscar Tabárez é a detentora da Copa América e completa o trio de favoritos ao triunfo no Chile.

O selecionador uruguaio acaba, no entanto, por não ter um grupo tão forte como o que ficou nos oitavos de final do Mundial 2014 (perdendo com a Colômbia). Luis Suárez é não só o maior ausente do Uruguai, como é mesmo o maior ausente desta Copa América. A nível individual, o tridente do Barça acaba por não se reencontrar no Chile, porque Suárez ainda cumpre o castigo imposto pela FIFA.



No Uruguai há ainda mais uma ausência forçada que respeita ao defesa Martín Cáceres; e a Gastón Ramírez; assim como Forlán já não foi incluído nos eleitos de Tabárez. Na Argentina, «Tata» Martino também prescindiu do benfiquista Nico Gaitán ou de Enzo Pérez  e sem ter ausentes de vulto. Já no Brasil, Dunga pode queixar-se do azar, pois são quatro os lesionados de peso: Diego Alves, Óscar, Luiz Gustavo e Marcelo.

Entre as outras seleções desta Copa América, a Colômbia é a mais massacrada com cinco baixas, entre as quais está o portista Juan Quintero, além de Guarín ou Bocanera. O Equador também está bastante afetado por lesões (desde logo pela de Felipe Caicedo), assim como a equipa da casa, onde Carlos Carmona e Esteban Paredes são baixas.

Entre os jogadores que estão relacionados com clubes portugueses, há um total de dez que vão estar na Copa América. No Uruguai estão presentes Maxi Pereira e Jonathan Rodríguez (do Benfica). Na Colômbia estará o portista Jackson Martínez e na Venezuela o benfiquista John Murillo.

O Peru é a seleção mais representada por jogadores a atuar em Portugal. Andre Carrillo (Sporting), Paolo Hurtado (P. Ferreira) e Luis Advíncula (V. Setúbal). No Brasil estão ainda Fabinho (que esteve emprestado pelo Rio Ave ao Monaco) e Danilo e Casemiro (o primeiro de saída para o Real Madrid, o segundo de regresso).



Com 15 títulos ganhos, o Uruguai é o país que mais vezes levantou o troféu da Copa América. A Argentina venceu 14 vezes (sem a vitória oficiosa de 1910) e o Brasil é o terceiro mais vitorioso: oito vezes. Paraguai e Peru ganharam a competição duas vezes cada e Bolívia e Colômbia têm cada um triunfo.

Os colombianos são um dos candidatos da segunda linha de favoritos. Apesar das várias ausências já referidas, a seleção comandada pelo argentino José Pekerman continua temível por ter um dos melhores ataques do mundo, onde Falcao, Jackson, James Rodrígues ou Cuadrado impõem respeito a qualquer adversário.

O Chile quer aproveitar o facto de jogar em casa para tentar o que nunca conseguiu: ganhar a Copa América. A seleção de Jorge Sampaoli é a menos forte desta cinco destacadas, onde o guarda-redes Claudio Bravo, o médio Arturo Vidal e, sobretudo, o avançado Alexis Sánchez têm os holofotes do seu país centrados.

Calendário da Copa América Chile 2015
A TVI e a TVI24 irão transmitir os 26 jogos da prova, em direto, onde estarão, também, a fazer os comentários das partidas os jornalistas do Maisfutebol.

PRIMEIRA FASE

Grupo A
Chile-Equador (12 junho, 00:30)
México-Bolívia (13 junho, 00:30)
Equador-Bolívia (15 junho, 22:00)
Chile-México (16 junho, 00:30)
México-Equador (19 junho, 22:00)
Chile-Bolívia (20 junho, 00:30)

Grupo B
Uruguai-Jamaica (13 junho, 20:00)
Argentina-Paraguai (13 junho, 22:30)
Paraguai-Jamaica (16 junho, 22:00)
Argentina-Uruguai (17 junho, 00:30)
Uruguai-Paraguai (20 junho, 20:00)
Argentina-Jamaica (20 junho, 22:30)

Grupo C
Colômbia-Venezuela (14 junho, 20:00)
Brasil-Peru, (14 junho, 22:30)
Brasil-Colômbia (18 junho, 01:00)
Peru-Venezuela (19 junho, 00:30)
Colômbia-Peru (21 junho, 20:00)
Brasil-Venezuela (21 junho, 22:30)

QUARTOS DE FINAL
25 junho, 00:30
26 junho, 00:30
27 junho, 00:30
27 junho, 22:30

MEIAS-FINAIS
30 junho, 00:30
1 julho, 00:30

TERCEIRO E QUARTO LUGARES
4 julho, 00:30

FINAL
4 julho, 21:00