A epidemia de Covid-19 atingiu o pico da sua incidência em Portugal no dia 25 de novembro, verificando-se já uma tendência de descida, disse o investigador André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde.

«Atingiu-se a incidência máxima cumulativa por via de notificação no dia 25 [de novembro] e há já uma tendência de descida que esperemos que seja consolidada nos próximos dias», afirmou o investigador na reunião do Infarmed, onde peritos fazem um balanço das medidas tomadas para combater a covid-19 e analisam a evolução da doença no país.

Desde a última reunião no Infarmed, há duas semanas, houve um agravamento da situação na semana de 22 de novembro, mas depois na semana de 29 já se observou «um desagravamento da incidência em vários municípios, nomeadamente na região Norte onde apesar de ter incidências ainda muito elevadas há já um decrescimento da incidência», adiantou André Peralta dos Santos.

«A região Norte com incidências muito mais altas, tem já um padrão de descida claro, a região Centro e de Lisboa e Vale do Tejo começam já a esboçar uma tendência de descida», enquanto há outras regiões ainda com uma tendência crescente, nomeadamente o Alentejo e a Região Autónoma dos Açores, disse o investigador, adiantando que há uma tendência de decrescimento em todas as idades.

Relativamente às hospitalizações, o médico e investigador adiantou que apesar de o país já ter «passado o pico das incidências, ainda não há um pico claro nos internamentos», que disse esperar que «esteja para breve».

«Este delay de atingirmos o pico em novos casos e das hospitalizações é esperado, faz parte da evolução natural da doença», explicou.

Já o professor de Epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Manuel Carmo Gomes, estima que os óbitos atingirão um máximo no final deste mês, com uma média de 76 por dia.