A ministra da Saúde, Marta Temido, explicou este sábado que foi efetuada uma correção aos dados do número de infetados da covid-19 em Portugal, que registavam uma duplicação pelo facto de haver duas aplicações que «não integram automaticamente» os dados.

«Verificou-se que, num conjunto de casos da região Norte, desde 25 de abril, os testes informáticos de verificação encontraram 422 casos duplicados que não eram verdadeiros casos novos e sim problemas de integração», anunciou a ministra na conferência de imprensa diária de ponto da situação da doença.

«Isto sucedeu porque, quando um caso confirmado laboratorialmente não tem número de utente associado, no registo, o sistema está parametrizado para verificar se o nome e a data de nascimento correspondem se pertence a um caso que já estivesse confirmado. O sistema considerou, por defeito, que eram novos casos e, realizada, esta noite, a verificação, constatou-se que assim não era», acrescentou. Este erro levou a que o total de casos confirmados este sábado - 25.190 - fosse menor do que o da véspera - 25.351 - , apesar de terem sido diagnosticadas 203 novas infeções.

Marta Temido explicou que os boletins desta última semana serão agora corrigidos.

A ministra falou também sobre a evolução da doença em Portugal nestes dois meses, dizendo que «o doente mais novo tinha apenas alguns meses e o mais velho 111 anos».

Numa análise aos dados dos 2.369 casos confirmados através do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE) entre 25 e 30 de abril, Marta Temido diz que a maior parte dos infetados eram do sexo feminino, 1.454, 438 tinham mais de 80 anos e 73% dos novos casos eram assintomáticos.

Mais de um terço desses novos casos foram registados no distrito Porto, seguindo-se Lisboa e Braga.

Forma registadas 20 grávidas infetadas com o vírus.

Metade dos novos casos com comorbilidades associadas tinham hipertensão arterial e diabetes, um quarto dos doentes tinha doença cardio-cerebro-vascular e mais de um quarto tinha neoplasias. 34% tinham doença neurológica, 27% deficiência neurológica e 22% tinham doença pulmonar crónica.

44% dos casos com pelo menos uma comorbilidade necessitaram de internamento, adiantou a ministra dizendo também que um décimo dos doentes internados necessitou de suporte ventilatório.

37% dos doentes foram infetados em lares, 33% nas próprias casas, 15% no trabalho, 7% em contexto social e 6% em instituições ligadas à prestação de cuidados de saúde.