Há 1084 pessoas internadas em Portugal por causa da covid-19, sendo que 267 estão em unidades de cuidados intensivos. O número tem vindo a aumentar e significa, segundo a ministra da Saúde, Marta Temido, que a «pressão sobre o internamento hospitalar está a crescer».

A ministra diz que é preciso fazer um «reforço da capacidade da medicina intensiva», mas aponta também que «há um conjunto de doentes significativo que não precisam de internamento» e que devem ser encaminhados «quer para rede de cuidados continuados integrados quer para lares ou domicílios», para que «os hospitais sejam efetivamente reservados para casos graves e críticos.»

A responsável pela tutela da Saúde anunciou, ainda em conferência de imprensa que a capacidade ventilatória em Portugal mais do que duplicou desde o início de março. foram recuperados vários ventiladores que não estavam a ser utilizados e entre novas aquisições, doações e empréstimos, existem agora no Serviço Nacional de Saúde 1538 ventiladores, 85% com capacidade invasiva.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que, em termos etários, os internados em cuidados intensivos acompanham a tendência geral e são sobretudo idosos.

Uma faixa da população que tem sido acompanhada com atenção e em que as notícias são boas é a das idades pediátricas. «As crianças que são internadas, mesmo as que entram com um quadro grave, têm tido uma capacidade enorme de recuperação e a maior parte está no domicílio e muitas foram dadas como curadas», disse a DGS, frisando: «Em idades pediátricas as situações têm evoluído muito bem.»

De acordo com a ministra da Saúde, a letalidade do vírus em Portugal aumentou para 2,6%, valor superior aos 1,4% da taxa de letalidade calculada a nível global. Marta Temido diz que, para a taxa de letalidade contribuem muitos fatores, incluindo as características da população e aponta países, como por exemplo Espanha, com taxas de letalidade 9 e 10 por cento.

No que diz respeito aos testes de diagnóstico, a ministra Marta Temido aponta que após a distribuição desta última remessa de zaragatoas e reagentes, a situação vai estabilizar e será «confortável».

«Não escondemos que há dificuldades, não escondemos que o prazo de marcação e um teste para uma data de meados de Abril não é desejável, nem aceitável», frisou a governante.

Na conferência de imprensa, foram ainda atualizados os números de profissionais de saúde infetados. São 1.332, sendo que 231 são médicos e 339 são enfermeiros.