Portugal está desde as zero horas desta quinta-feira na fase da mitigação da pandemia covid-19, entrando assim naquela que é a fase mais crítica do combate ao coronavírus.

Basicamente é uma fase em que a preocupação já não está tanto em encontrar e isolar as pessoas infetadas, mas antes em conter o alastramento da doença. António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, disse esta quarta-feira que esta é a fase mais crítica e «exige de todos nós responsabilidades acrescidas», enquanto Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, admitiu que a mudança poderia «ter alguma turbulência».

Mas vamos por partes para perceber o que é a fase da mitigação.

O que significa a fase de mitigação?
É a terceira e mais grave fase de resposta à doença Covid-19 e é ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária. A resposta é focada na atenuação dos efeitos da covid-19 e na diminuição da sua propagação, minimizando nomeadamente a mortalidade associada. Nesta fase, os doentes ligeiros ficam em casa, os moderados vão ao centro de saúde, os graves, mas não críticos, são encaminhados para os hospitais e os críticos são internados.

O que diz a norma que entrou em vigor às 00.00 horas?
A norma fixa o modelo de abordagem da pessoa com suspeita de infeção ou com infeção por Covid-19.

A que entidades se aplica?
A norma é aplicável às unidades de todo o sistema de saúde, incluindo hospitais públicos e privados e centros de saúde.

O que diz a norma sobre os testes ao novo coronavírus que causa a doença Covid-19?
As pessoas com suspeita de infeção, isto é, que apresentam sintomas como febre, tosse persistente ou tosse crónica agravada e dificuldade respiratória, devem ser testadas. Na presença destes sintomas, as pessoas devem ligar para a linha telefónica gratuita SNS 24 (808 24 24 24), que fará o encaminhamento dos casos.

Quem tem prioridade nos testes?
Em caso de impossibilidade de testar toda a gente com suspeita de infeção, a DGS estabeleceu uma cadeia prioritária: primeiro, são os doentes com critérios de internamento hospitalar; segundo, os recém-nascidos e as grávidas; terceiro, os profissionais de saúde com sintomas. Seguem-se os doentes com comorbidades (como asmáticos, insuficientes cardíacos, diabéticos, doentes hepáticos ou renais crónicos, pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica e doentes com cancro) ou pessoas com imunidade mais frágil; e as pessoas em situação de maior vulnerabilidade, como residentes em lares ou que estão em unidades de convalescença. Por último, são testadas as pessoas em contacto próximo com estes doentes.