A ministra da Saúde, Marta Temido, apontou este sábado que a curva da mortalidade da covid-19 em Portugal mostra «uma diminuição consistente» desde o dia 15 de abril.

Na conferência de imprensa diária em que foram revelados os dados do boletim epidemiológico, que mostra mais 12 mortes e 138 infetados nas últimas 24 horas, Marta Temido explicou ainda que o RT, indicador que mostra quantas pessoas são contagiadas por cada doente. é de 1,04.

«Este valor mostra que o número de novos casos a cada geração é relativamente constante e indicia que continuamos a ter de ter os cuidados necessários nos gestos básicos da nossa vida diária, especialmente neste período de alívio das medidas de confinamento», apontou a ministra, que falou depois na capacidade de camas em cuidados intensivos.

Marta Temido disse que a capacidade instalada de camas de adultos cuidados intensivos polivalentes é de 713, um aumento de «35% desde há praticamente 60 dias».

«Nunca chegámos a utilizar toda a capacidade na resposta à covid-19. Estamos a utilizar este momento para melhorar a capacidade de resposta para um eventual recrudescimento do surto para nos aproximarmos à meta da media europeia de 11,5 camas de cuidados intensivos por 100 mil habitantes», acrescentou a responsável.

A ministra acrescentou que em preparação estão normas sobre regresso das visitas a lares de idosos e unidades de cuidados integrados, reabertura das creches, utilização de transportes públicos e sobre o regresso do futebol.

Numa altura em que passa cerca de uma semana desde o fim do estado de emergência e começou a fase de desconfinamento, Marta Temido diz que os sinais são «encorajadores» e avisa: «Temos de continuar atentos, mas temos de combinar a atenção e as medidas que aprendemos, com a confiança e a necessidade de retomar a nossa atividade laboral, escolar, social. A saúde depende, em grande medida, da nossa capacidade de manter equilíbrios.»

«Não podemos relaxar de forma nenhuma. Está na mão de todos nós controlar, ou não, o surto. Este é o desafio das nossas vidas para os próximos meses», disse a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde foi questionada sobre o número de mortes em lares e explicou que 450 dos 1.126 óbitos devido à doença em Portugal ocorreram em lares: 243 na Região Norte, 134 Centro, 69 Lisboa e Vale do Tejo, um no Alentejo e três no Algarve.

As mortes em lares são cerca de 40 por cento e Graça Freitas frisou que em alguns países europeus, 50 por cento das mortes ocorrem em lares.