O Secretário de Estado da Saúde alertou que a epidemia «não acabou» e que «desconfinar não é abrandar».

«A epidemia não acabou, desconfinar não é abrandar. Regresso aos fluxos das nossas vidas não pode e não deve por em causa o caminho que foi feito até aqui com grande sacrífico pessoal de todos os portugueses», disse António Lacerda Sales, na conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus.

O secretário de Estado ressalvou que «nunca é de mais relembrar» que o sucesso «depende de todos e de cada um» e da «capacidade de respeitar o outro e as regras que se aplicam a todos».

O governante avançou também que foram realizados mais de meio milhão de testes de diagnóstico de covid-19 em Portugal, tendo sido feitos em abril uma média de cerca de 11.500 por dia.

«De 01 a 06 de maio a média foi de mais 12.400 testes por dia, pelo que se mantém a tendência do aumento de testagem», frisou.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que um dos fatores a influenciar os números de infetados com covid-19 em Portugal, que voltaram a passar os 500 casos novos pelo segundo dia consecutivo, é o surto na Azambuja, onde 104 pessoas foram diagnosticadas com a doença, 101 dos quais da mesma empresa.

«O vírus continua a circular na comunidade e que há dois fatores importantes: o aumento do número de testes na região e o surto numa empresa da Azambuja», disse a responsável na conferência de imprensa diária.

«Lisboa e Vale do Tejo está a testar muita gente, adultos, jovens, que são profissionais dos lares ou que são profissionais de saúde e, portanto, numa região em que o vírus circula é normal que, quando se testa para rastreio, se encontrem casos positivos. Como estão a fazer uma média de quatro mil testes por dia, encontram bastantes casos positivos, que são assintomáticos, que vão evoluir provavelmente bem», apontou Graça Freitas, que recusa, para já, atribuir ao início do desconfinamento o aumento do número de infetados.

A DGS diz que em breve vão poder dar dados mais completos sobre os casos recuperados em casa, porque a nova plataforma Trace Covid vai permitir aperfeiçoar esses números. 

Graça Freitas disse ainda que as normas de orientações para grávidas, partos e aleitamento materno, estão a ser revistas. «A norma da gravidez e do parto é uma das nossas prioridades», apontou, acrescentado: «As grávidas têm um fator de confiança que são médicos e enfermeiros que, ao longo do seu percurso, podem afinar coisas que não estejam tão bem na atual orientação».