A corrida de Michel Platini à presidência da FIFA está em risco por causa da suspensão de 90 dias imposta ao presidente da UEFA. Um porta-voz da Comissão de Ética da FIFA que, «tendo em conta que não pode exercer qualquer atividade relacionada com o futebol, é muito complicado que possa ser candidato».
 
O mesmo responsável disse ainda que se Michel Platini ainda não apresentou a sua candidatura não o poderá fazer mais, «porque o prazo acaba a 26 de outubro, num período em que está suspenso», e se já o fez «não poderá continuar». «Não poderá fazer campanha, nem assistir a qualquer reunião relacionada com o futebol», acrescentou.
 
Surgiu entretanto até a teoria da conspiração, de que tenham sido pessoas ligadas ao ainda presidente Joseph Blatter a denunciar às autoridades as alegadas irregularidades cometidas por Platini, para o impedir de concorrer. E o presidente da UEFA também parece acreditar nisso. 

Platini confessa sentir «uma revolta profunda, mais do que um sentimento de injustiça ou de vingança», por aquilo que qualifica como «uma farsa» e recusa a acreditar que se trata de «uma decisão política para manchar uma vida dedicada ao futebol ou para destruir a candidatura à presidência da FIFA» que protagoniza.

«Rejeito integralmente as alegações que me são imputadas e que se baseiam em simples aparências jurídicas, que são, elas próprias, de uma imprecisão surpreendente», escreveu Platini no depoimento que assinou, em reação à decisão da Comissão de Ética de o castigar.

Segundo o dirigente francês, o texto acusatório em que se sustenta o castigo limita-se a indicar uma violação do código de ética da FIFA que «parece ter sido cometida» e a acrescentar que a comissão «não pode no imediato tomar uma decisão sobre a natureza dessa violação».

«Estou mais determinado do que nunca em fazer valer os meus direitos nas instâncias jurídicas competentes», garantiu.
 
Outro dos elementos suspensos é o sul-coreano Chung Mong-Joon, também candidato à presidência da FIFA, que já anunciou que vai «mobilizar todos os meios legais» para contestar a suspensão de seis anos que lhe foi imposta.
 
«A FIFA é como um Titanic a afundar-se», afirmou Chung Mong-Joon, que tinha assumido a candidatura à presidência da FIFA, acusando o Joseph Blatter, o presidente demissionário, de ter «falido moralmente a FIFA». O sul-coreano garantiu que vai «utilizar todos os meios legais para mostrar a injustiça da decisão do Comité de ética e continuar a trabalhar na reforma da FIFA».