A FIFA confirmou esta terça-feira que canalizou 10 milhões de dólares (cerca de 9,1 milhões de euros) em 2007, por intermédio do comité organizador do Mundial 2010, na África do Sul, para um projeto de apoio ao desenvolvimento do futebol.
 
O organismo que superintende o futebol mundial explicou em comunicado que este projeto visava os países «da diáspora africana nas Caraíbas» e que interferiu diretamente na canalização da verba, através do seu comité de finanças, desresponsabilizando o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke.
 
«Os 10 milhões de dólares referem-se a um projeto de desenvolvimento do futebol nas Caraíbas. Nem Jérôme Valcke nem qualquer outro alto responsável da FIFA estiveram envolvidos neste projeto», garantiu o organismo.
 
Esta versão confirma as palavras do presidente da federação da África do Sul, Danny Jordaan, diretor-executivo da candidatura sul-africana em 2008, que no domingo tinha dito que o dinheiro transferido a partir da FIFA não era um suborno, mas sim um legítimo pagamento ao fundo de desenvolvimento do futebol nas Caraíbas.
   
O New York Times, que citou autoridades federais ligadas ao processo que corre nos Estados Unidos, escreveu que estas transferências são um elemento-chave na investigação sobre corrupção que abala o organismo máximo do futebol, liderado pelo suíço Joseph Blatter, de quem Valcke é o braço direito.
 
O jornal disse que Jérôme Valcke é o alto responsável da FIFA não identificado que em 2008, segundo os procuradores, transferiu 10 milhões de dólares para Jack Warner, acusado de ter recebido um suborno para ajudar a África do Sul a ganhar a organização do Campeonato do Mundo de 2010.
 
No entanto, o documento que indicia nove dirigentes ou ex-dirigentes da FIFA e cinco parceiros do organismo não diz que o alto responsável da FIFA sabia qual o destino do dinheiro e, ao contrário dos outros envolvidos, Valcke não é acusado de associação criminosa.