A Costa Rica está nos quartos de final do Campeonato do Mundo à custa da Grécia. Quando se escreve o resultado de um jogo desta forma quer dizer que podia ter sido diferente. E podia. Na despedida de Fernando Santos da seleção grega, a equipa orientada pelo português dominou o jogo, atacou mais, esteve mais perto de conseguir o apuramento antes dos penáltis. E jogando de uma forma a que não habituou o público acabou por ir para casa.

A ficha de jogo e a  crónica do Costa Rica-Grécia.

Os números das estatísticas da FIFA confirmam a superioridade grega no total dos 120 minutos de jogo, que os costa-riquenhos realizaram apenas com 10 jogadores durante 54 minutos. A Grécia ganhou em todos os parâmetros principais: 57%-43% na posse de bola; 24-6 nos ataques; 11-23 nos desarmes; 502-334 nos passes completados.

A Costa Rica sentiu esta superioridade grega e foi-se refugiando na defesa deixando um incansável Joel Campbell a bater-se sozinho contra os gigantes gregos. A seleção centro-americana continua a fazer a história no Mundial do Brasil tendo chegado pela primeira vez aos quartos de final do Campeonato do Mundo, onde vai defrontar a Holanda. Além de uma equipa que, apesar de toda a motivação, tem de ser recuperada fisicamente, o selecionador Jorge Luis Pinto terá de colmatar a falta do expulso Oscar Duarte. Mas isso é só para sábado...



Neste domingo, a 28ª seleção do ranking FIFA – que apresenta nos 23 convocados nove a jogarem por clubes do seu país – chegou onde nunca tinha chegado colocando, ao mesmo tempo, um ponto final numa página de futebol grego. E que é virada nesta segunda-feira, último dia do contrato de Fernando Santos.

Mas há mais que se fecha na história recente dos helénicos. Fecha-se a última porta do ciclo que deu o título europeu de 2004, cujo 10º aniversário será na próxima quarta-feira. Dessa campanha do Europeu organizado por Portugal ainda restavam nesta seleção da Grécia dois jogadores: Karagounis e Katsouranis; eles que têm, respetivamente 37 e 35 anos – só a título de curiosidade, lembre-se que esta soma dá 72 (!).

Os dois jogadores que representaram o Benfica eram também os dois únicos sobreviventes da seleção campeã europeia. E não se crê que continuem para além deste Mundial...



A Grécia está em segundo lugar no ranking das seleções mais velhas que foram a este Campeonato do Mundo. Os 23 selecionados gregos têm uma média de idades de 28,5. Com uma média de idades superior à dos helénicos só está a Argentina: 28,9 – as outras duas seleções com os mesmos 28,5 eram Portugal e Honduras (que também já foram eliminados do Mundial).

Entre os 14 jogadores utilizados neste domingo por Fernando Santos, porém, a média de idades dos gregos em campo subiu para 29,1. A soma das idades de todos os jogadores que defrontaram a Costa Rica dá 408. Foram cinco os jogadores na casa dos 30 anos: Karagounis, Salpingidis, Cholevas, Gekas e Katsouranis.

Os gregos já procederam a alguma renovação no grupo de convocados para este Mundial com vários jogadores nascidos na década de 1990, mas a forma de jogar dos helénicos manteve-se fiel à matriz dos últimos largos anos. Com o novo selecionador ver-se-á se o padrão sogre alterações.

No Brasil, o futebol praticado – e os números refletidos pelas estatísticas – mostram que, além deste jogo com a Costa Rica, a Grécia também teve um registo melhor do que a Colômbia quando perdeu 3-0 com os sul-americanos: 54%-46% na posse de bola; 47-42 nos ataques; 12-12 nos remates; 7-13 nos desarmes; 377-328 nos passe completados.

No empate (0-0) com o Japão, os gregos estiveram pior nos números: 46%-54% na posse de bola; 25-62 nos ataques; 9-16 nos remates; 21-10 nos desarmes; 144-570 nos passes completados. Na vitória (2-1) sobre a Costa do Marfim, a Grécia também não esteve melhor nas estatísticas: 46%-54% na posse de bola; 35-39 nos ataques; 13-13 nos remates; 15-18 nos desarmes; 265-382 nos passes completados. Assim tem sido a Grécia.