Ao som de pandeiretas, bombos, tamborins e reco-recos, o samba do Brasil fez-se ouvir no Campeonato do Mundo, a partir do Arena de Rostov, mas a verdade é que as promessas do novo quadrado mágico, desenhado por Tite, deixaram muito a desejar. O «escrete» entrou de mansinho no jogo, sem correr muitos riscos e um grande golo da Philippe Coutinho ainda fez sonhar. Mas a verdade é que a seleção helvética nunca perdeu a compostura e acabou por chegar ao empate, no início da segunda parte, com um golo polémico. O Brasil só conseguiu aumentar o ritmo e criar novas oportunidades já perto do final do jogo, mas a verdade é que, depois da Espanha, Argentina e Alemanha, temos mais um candidato que se estreia na Rússia sem vencer.

Confira a FICHA DO JOGO

No papel, tínhamos um Brasil inclinado para a frente, mas a verdade é que os homens de Tite entraram em campo com muitas cautelas, sem correr muitos riscos na frente. Willian abria na direita, Neymar esticava do lado contrário, com Coutinho e Gabriel Jesus mais soltos na zona central, com Casemiro e Paulinho mais recuados. Estava montado um suposto carrossel que acabou por não funcionar por falta de velocidade, falta de embalo que tornavam tudo muto fácil para a Suíça.

Quando Coutinho descaia para a esquerda, juntando-se a Marcelo e Neymar, o Brasil ainda ameaçava provocar desequilíbrios, com Lichsteiner a sentir muitas dificuldades para travar tanto talento, mas a verdade é a Suíça rapidamente fazia as devidas compensações e voltava a organizar-se defensivamente. Os suíços, depois, também sentiam dificuldades em sair a jogar, com um Casemiro implacável a destruir, mas raramente tiveram dificuldades para afastar os amarelos do seu território.

Golaço de Coutinho para despertar

A primeira oportunidade do jogo até foi da Suíça, com Dzemailli a rematar fraco, depois de um bom trabalho de Shaqiri sobre a direita. No entanto, passados os primeiros dez minutos de estudo, o Brasil começou a crescer, sempre devagar, como já dissemos, mas a ganhar metros no terreno e a aproximar-se da baliza de Sommer. Neymar procurava quebrar a boa organização helvética com lances individuais, mas perdia bolas atrás de bolas, sempre marcado pelo implacável Behrami, com uma experiência assente em quatro Mundiais.

Estava o Brasil neste crescimento sustentado quando Coutinho acordou toda a gente com um golo espetacular. Um lance que começou mais uma vez sobre a esquerda, a defesa suíça ainda afastou a primeira investida, mas o jogador do Barcelona apanhou a bola a jeito e disparou, da esquerda, em arco, fazendo a bola beijar o segundo poste antes de entrar com carinho.

Sem encantar, o Brasil estava na frente, mas até ao intervalo apenas mais uma oportunidade, numa cabeçada de Thiago Silva, mesmo ao cair do pano. Pelo meio, pouco futebol e apenas seis faltas, pormenor que dá bem conta da baixa intensidade desta primeira parte.

Zuber empurra Miranda e marca

A segunda parte começou como a primeira, com um remate de Dezmaili, mas uma vez diante de um Brasil sem intensidade que permitia à Suíça jogar de igual para igual. Na sequência de um canto, marcado por Shaqiri, Zuber empurrou Miranda da frente e cabeceou para as redes. Estava feito o empate. Um Brasil bem contestou o empurrão de Zuber, mas a verdade é que continuou a ter tremendas dificuldades para acelerar o seu jogo.

Willian não estava inspirado, Neymar, como avisou Tite, também não estava a cem por cento. O selecionador, tal como a equipa, também nunca arriscou muito, fazendo troca por troca, sem mexer na estrutura: Fernandinho rendeu Casemiro, Renato Augusto entrou para o lugar de Paulinho e, por último, Firmino rendeu Gabriel Jesus.

Mudavam os protagonistas, seguia o mesmo ritmo em campo, com as pandeiretas sempre ao mesmo ritmo. Coutinho ainda ameaçou com mais um remate cruzado, numa altura em que os canarinhos procuravam surpreender Sommer com remates de meia distância, mas a verdade é que o Brasil só voltou a aparecer nos últi9mos instantes do jogo, com, pelo menos, três oportunidades claras para entrar neste Mundial a vencer. Firmino, destacado, atirou ao lado, Neymar cabeceou à figura de Sommer e Miranda também atirou a rasar o poste.

Parece ser sina dos candidatos, uma vez que Argentina e Espanha também empataram na estreia e a Alemanha, campeão do Mundo, até perdeu,