Foram já vários os atletas portugueses a congratularem-se com a decisão do Comité Olímpico Internacional (COI) de adiar os Jogos Olímpicos de 2020 por um ano, devido à pandemia de Covid-19.

Campeão olímpico em 2008, Nélson Oliveira foi dos primeiros a expressar-se. «2021 lá estaremos com o mesmo objetivo», escreveu o atleta do Sporting nas redes sociais.

Também nas redes, Telma Monteiro, a única medalha olímpica portuguesa dos últimos Jogos, congratulou-se com a decisão do COI: «Sinceramente, embora saiba que é um desafio, fico feliz que a data dos Jogos Olímpicos tenha sido alterada. Porque agora honestamente não era possível pensar nos Jogos Olímpicos, agora está a acontecer algo maior do que isso.»

«Estar nos Jogos Olímpicos é sempre o nosso máximo objetivo, como atletas, mas agora impõe-se que sejamos todos bons cidadãos, e ajamos de maneira responsável. A humanidade precisa de estar unida para vencer este vírus! Continuo a treinar o melhor possível, mas sinceramente é esta a minha prioridade», disse depois a judoca do Benfica, à agência Lusa.

No taekwondo, Rui Bragança defendeu, em declarações à Lusa, que esta era a única decisão possível. «Era a única decisão possível, dado o estado em que está o mundo e como vai evoluir a pandemia», disse, acrescentando que neste momento há «atletas que nem sequer conseguem treinar».

Vice-campeão do mundo dos 50 quilómetros marcha, João Vieira classificou a medida do COI como «sensata»: «Acho que é a atitude mais sensata que poderiam ter tido. Acho que todos os desportistas deste mundo estavam a contar com este adiamento.»

Ainda assim, o atleta de 44 anos assume que terá de se esforçar ainda mais para estar bem para 2021.

«Competir ao mais alto nível com 44 anos não é fácil para ninguém e ter de esperar mais um ano... Vai ter de ser. Quero terminar a carreira nos Jogos Olímpicos ou mais tarde. Vamos ver. Vou lutar com as armas que tenho para estar nos Jogos Olímpicos do próximo ano», afirmou, também à Lusa.

Já Maria Martins, ciclista portuguesa, lamentou o adiamento dos Jogos, mas reiterou que foi uma «atitude de bom senso».

«Tenho pena que a situação não esteja controlada e não tenha as melhores previsões, mas esta foi uma atitude de bom senso pelo que o mundo está a passar. No meio de tudo, é um pormenor, porque o importante, a prioridade, é a nossa saúde e assegurar que os nossos estão com saúde.»

Por sua vez, o tenista João Sousa mostrou-se triste pelo adiamento, mas compreende a decisão: «É uma notícia triste para nós, mas é uma medida necessária para que tudo volte à normalidade e possa acontecer da melhor maneira. Agora, é esperar pelas novas noticias e que tudo corra pelo melhor.»

«Obviamente que, depois de toda a situação mundial que está a acontecer, era previsível. Acho que acabou por fazer algum sentido, já que muitos dos atletas olímpicos que iam estar presentes em Tóquio têm visto algumas dificuldades acrescidas na preparação e treino, uma vez que muitos dos países têm optado pelo estado de emergência. Acaba por ser compreensível esta decisão do COI. Agora falta-nos saber a data», defendeu.

Tal como os restantes colegas, Fernando Pimenta elogiou a medida do COI e admitiu que seria muita ansiedade caso o Comité apenas tomasse uma decisão daqui a quatro semanas.

«Íamos estar muito ansiosos. Ontem [segunda-feira] falava-se em quatro semanas para saber o que seria o futuro dos Jogos. Se adiavam, se mantinham, se seriam para outubro ou para 2021. Felizmente, já foi tomada uma decisão, muito acertada. Estamos mais motivados, sabendo que os Jogos se vão realizar se tudo correr bem até lá», referiu o canoísta, à Lusa.

«Dentro da tempestade, foi um bom sinal para nós, atletas. Sinal de que vamos ter Jogos Olímpicos. Vamos ter mais um ano de preparação e agora é mantermo-nos o mais motivados possível, continuar o trabalho dentro das limitações e restrições que temos», defendeu o companheiro de modalidade, Emanuel Silva.

Para Patrícia Mamona, recordista nacional de triplo salto, o sonho olímpico continua vivo.

«O sonho olímpico continua vivo. Uma decisão triste, mas necessária do COI [Comité Olímpico Internacional], não apenas para proteção dos atletas, mas de todas as pessoas. Estamos juntos nisto», escreveu a atleta do Sporting, nas redes sociais.

Frederico Morais, que já tinha garantido a presença na estreia olímpica do surf, assume que «estava ansioso», pelo que este adiamento o «entristece», embora compreenda a decisão: «A verdade é que o facto de os Jogos terem sido adiados tranquiliza os atletas e permite-nos uma preparação de acordo com as exigências que o alto rendimento implica, quando todas as condições estiverem reunidas. Assim, e sem a pressão de cumprir os treinos para garantir a minha performance, vou cumprir o meu isolamento social sem ter de me deslocar à praia para treinar no mar.»

O judoca Jorge Fonseca, campeão mundial de -100kg, diz que a decisão «não foi uma surpresa». «A nova realidade que este ano nos trouxe tem sempre de pôr em primeiro lugar a saúde de todos nós», escreveu no Facebook.

Marcos Freitas, representante de Portugal no ténis de mesa, assumiu à agência Lusa que já estava à espera desta decisão.

«Sinceramente, já estava à espera desta decisão, era só uma questão de tempo. Nós, atletas, temos recebido constantemente mensagens do Comité Olímpico de Portugal e do Comité Olímpico Internacional a dizer que os Jogos Olímpicos se iam manter em 2020 e nesta data de julho [estavam previstos de 24 de julho a 09 de agosto]. Mas, com a situação do coronavírus a deteriorar-se em muitos países, sabia que era uma questão de tempo.»

A nadadora Tamila Holub, que recentemente falou ao Maisfutebol, também lamentou o adiamento dos Jogos, mas admitiu que é a decisão mais acertada.

«É muito triste para os atletas e para o público também, são os Jogos Olímpicos e toda a gente quer estar lá, muitas pessoas já tinham bilhetes, mas foi a decisão mais certa, temos que ser realistas não só pela saúde, mas também pela performance», afirmou a atleta do Sp. Braga.

O mesmo defendeu o ciclista Nélson Oliveira: «Dadas as circunstâncias em que vivemos atualmente no Mundo, penso que é uma decisão acertada, já que a pandemia da covid-19 não parece estar a melhorar. (…) É pena não podermos competir agora, mas a saúde está primeiro, a nossa e das pessoas todas. Como o panorama está assim, é preferível adiar as competições e pensar em nós e na nossa saúde.»

Para o triatleta João Pereira, este adiamento evitou que estes Jogos fossem os «mais injustos de sempre».

«Acho que a decisão de adiar os Jogos é a mais sensata e mais segura. Nós, atletas, estávamos a ser uma parte insignificante no processo e este adiamento dá valor à nossa condição física e à nossa saúde. Em Portugal, ainda tínhamos condições para treinar, mas em Espanha ou Itália estão parados. Acho que iam ser os Jogos mais injustos de sempre», reiterou, à Lusa, o desportista do Benfica.

Já a cavaleira Luciana Diniz diz-se aliviada: «Para todos nós foi um certo alívio ter passado para o ano que vem. Acho que foi a melhor decisão que podiam ter feito. Nós, os desportistas, não íamos ter cabeça livre para o nosso desporto. Emocionalmente o mundo está abalado.»

A judoca Patrícia Sampaio admite um misto de «tristeza e insegurança», mas defende que se tomou a medida mais correta: «Falta mais um ano ainda. Afinal ainda estou a um ano dos meus primeiros Jogos Olímpicos. Há um misto de tristeza e insegurança, e alívio por tomarem a decisão mais correta em prol do bem-estar mundial.»

Por sua vez, Sara Moreira, atleta do Sporting, diz que esta decisão é a «melhor para todos».

«Prevaleceu o bom senso. O melhor para todos. Enquanto pessoa e atleta, foi a melhor decisão. A saúde está em primeiro lugar e os sonhos não acabaram, apenas foram adiados», afirmou, à Lusa.

[Artigo atualizado]