Mal foi conhecida a decisão do governo francês de suspender definitivamente todas as competições profissionais, o presidente da Liga espanhola, Javier Tebas, não demorou a deixar críticas à pressa com que a decisão foi tomada pelo executivo de Édouard Philip.

«Há tempo para apresentar planos até ao próximo Comitê Executivo [da UEFA], que será a 27 de maio. O campeonato pode ser reiniciado até final de junho, pelo que acho que a decisão tomada pela França foi, na minha modesta opinião, muito apressada», referiu Tebas em declarações à agência EFE.

O presidente da LaLiga foi ainda mais específico em relação aos perigos que o retorno do futebol profissional pode ter, com uma analogia muito particular: «É mais perigoso ir trabalhar numa fábrica, numa linha de montagem, do que jogar à porta fechada, segundo os protocolos da LaLiga, que são rigorosos e elaborados por especialistas», afirmou o responsável pelo futebol profissional em Espanha.

Segundo Javier Tebas, em Espanha, uma decisão idêntica à tomada pelo executivo francês pode colocar em risco a sustentabilidade de todo o sistema e pode mesmo criar o risco de deixar marcas irreparáveis no país, colocando assim em causa a sobrevivência do próprio futebol profissional.

«É importante reativar uma atividade económica controlada e segura, pois, caso contrário, setores económicos muito importantes podem acabar por desaparecer em Espanha e isso também pode acontecer com o futebol profissional», afirmou o dirigente.

Tebas, que participa no Grupo de Trabalho da UEFA, acredita que a decisão tomada em França não será seguida por Espanha: «Há outros países da Europa onde o futebol profissional será jogado novamente e onde as atividades já começaram, como na Alemanha, e muito em breve também, conforme anunciado pelo governo da Itália, a Serie A irá recomeçar os trabalhos.»