Selecionador sub-19 de Espanha, Santi Denia falou, num relato dramático, sobre a morte do pai de 85 anos, devido ao coronavírus.

«Esta doença levou o meu pai e muitas pessoas. Todos nós estamos a sofrer com este problema. A nível pessoal estou muito triste e, não sei se devo dizer, impotente», afirmou, em entrevista à Cadena Ser.

O técnico de 46 anos não chegou a despedir-se do pai, que estava em Albacete: «Esta doença ataca muito rapidamente. A minha irmã veio despedir-se. Cheguei duas horas depois, gritava para tentar falar com ele e não pude.»

O funeral, esse, contou com apenas três pessoas: Denia, a irmã e o cunhado.

«Deram-nos a opção de irem quatro pessoas ao funeral. Fui eu, a minha irmã e o meu cunhado. Não nos pudemos abraçar e tivemos de ir com máscaras. Foi muito duro. Mas dentro de uma situação má, ao menos tivemos a sorte de nos podermos despedir.»

«Tentei encontrar alternativas. Tentei encontrar um respirador em Albacete para o meu, achei que era a única maneira de ele ter hipótese, mas disseram-me que não havia. Albacete está na mesma situação que toda a Espanha. Mesmo em Madrid, tenta-se encontrar um, mas nada, impossível.

O pai de Santi Denia acabou por não conseguir ser testado, por isso na causa de morte aparece apenas como tendo sido por «suspeita de coronavírus».

[Artigo atualizado]