O Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, falou sobre o regresso do futebol e explicou que «foi feito um trabalho muito próximo e muito profícuo entre Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Direção-Geral da Saúde (DGS)», que levou ao «parecer técnico onde estão plasmadas as principais preocupações e diretrizes».

O responsável frisou que «a retoma da atividade tem de ser muito baseada na testagem, no isolamento, na proteção, no tratamento, e esse é um trabalho que cabe à saúde. À FPF cabe operacionalizar de acordo com as orientações da DGS.»

«Os níveis de responsabilidade estão muito bem definidos. Se cada uma das partes fizer bem o seu trabalho, a retoma será bem-sucedida como todos queremos e todos esperamos», afirmou o governante.

Recorde-se que as condições da DGS para o regresso do futebol foram publicadas este domingo, altura em que já se sabe que existem oito jogadores da I Liga infetados com o vírus. Três jogadores do FC Porto e um do Sporting criticaram publicamente o Código de Conduta.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que estas regras foram feitas para «minimizar o risco de vir a ter um teste positivo», o que se faz «com medidas de maior isolamento social possível».

Em relação ao ponto do código de conduta que diz que FPF, Liga, clubes e jogadores participantes na Liga «assumem, em todas as fases das competições e treinos, o risco existente de infeção por SARS-CoV-2 e de COVID-19, bem como a responsabilidade de todas as eventuais consequências clínicas da doença e do risco para a Saúde Pública», a diretora-geral da Saúde afirmou: «É obvio que em qualquer processo em que o risco não é zero os atores envolvidos têm diferentes níveis de responsabilização. Não é apenas um dos intervenientes que fica responsável por todo o processo», explicou Graça Freitas, dizendo que essas questões «vão ser decididas em sede própria».

«Tem de haver um consenso, um código aceite pelas partes envolvidas, em que todos tenham consciência da situação», disse a diretora-geral, que deu um exemplo: «Como quando vamos fazer uma cirurgia, por exemplo, pedem-nos para assinarmos um consentimento informado. Estão a informar-nos dos riscos, damos o nosso consentimento, não estamos a desresponsabilizar todos os outros intervenientes no processo.»