O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou neste sábado que vai falar com os representantes da banca e que espera ver o setor «a retribuir aos portugueses».

Marcelo disse que vai dialogar por videoconferência «com os presidentes dos principais bancos», na segunda-feira, para os ouvir sobre a aplicação das medidas adotadas pelo Governo e sobre «a agilização para que o dinheiro chegue ao terreno», numa altura em que Portugal vive em Estado de Emergência devido à pandemia Covid-19.

«A banca deve ao país, por causa das circunstâncias que todos conhecemos, de uma crise que vivemos há anos, um contributo muito importante durante anos. Cada português contribuiu para viabilizar bancos e que felizmente, mérito desses bancos, se viabilizaram, deram a volta por cima», declarou, à margem de uma visita a uma sementeira.

«De algum modo, esta é uma ocasião de retribuir aos portugueses aquilo que nós fizemos. E é um bocadinho isso que eu vou ouvir, como é que vão fazer chegar aos portugueses aquilo que não pode demorar muito, porque isto está tudo ligado», acrescentou o chefe de Estado, em declarações recolhidas pela Lusa e pela TVI24.

Marcelo considerou que «isto é uma corrida contrarrelógio e a banca tem de entrar na corrida contrarrelógio» o mais rapidamente possível, «porque a economia precisa do dinheiro mais cedo, porque as famílias precisam do dinheiro mais cedo, porque os trabalhadores precisam de trabalho mais cedo, precisam de salários mais cedo».

O Presidente da República não quis pormenorizar, mas relatou ter ouvido que os bancos decidiram não distribuir dividendos.

«Quer dizer que pegam nos lucros que iam dar aos acionistas, muitos deles são estrangeiros, e dizem aos acionistas estrangeiros, aos americanos, aos chineses, aos espanhóis, aos angolanos e aos portugueses também: não há nada para ninguém em termos de lucros porque precisamos de pegar nesse dinheiro e investir na economia portuguesa. Eu acho que isso obviamente é uma decisão muito sensata, muito sensata», rematou.