O Palmeiras, de Abel Ferreira, defrontou esta quarta-feira o Corinthians, que estava desfalcado por causa de um surto de covid-19. No total, o Corinthians detetou nos últimos dias 19 infetados: oito jogadores e 11 funcionários.

Na conferência de imprensa após o jogo, que terminou com um empate 2-2, o treinador português mostrou-se receoso com a situação da pandemia.

«Tive uma conversa com o nosso diretor. Preferia jogar contra um Corinthians na máxima força. Gosto de jogar contra os rivais na máxima força porque só assim ajuda a crescer. Mas, mais do que falar do surto no Corinthians, gostava de apelar à responsabilidade de todos», começou por dizer Abel Ferreira.

«Quando cheguei aqui, fiquei um bocadinho espantado. Na Europa tivemos duas vezes lockdown e era ficar em casa, só sair para comprar alimentos essenciais. Quando cheguei vi que de facto as regras tinham de ser mais apertadas», apontou o técnico.

«Assusta-me ver a quantidade de mortos. Eu sou apaixonado pelo futebol, mas futebol sem vida não é nada. O que posso dizer é que temos de ter todos responsabilidade. É por nós. Assusta-me quando leio os jornais e vejo nas notícias os hospitais lotados. Neste momento, temos que esquecer o clubismo, a rivalidade e lutar todos por uma causa. É um adversário que não tem dó, nem piedade, e que mata quem for preciso», frisou.

«Foi esse o meu maior medo hoje. Não sei o que vai acontecer no futuro. Eu sei que o futebol é um negócio, e precisamos todos de trabalhar, precisamos de dinheiro para pagar as nossas contas, mas temos que ter responsabilidade social. Neste momento, sermos mais recatados, mais responsáveis, ficar mais por casa para ver se conseguimos eliminar este adversário, pois tanto aqui como na Europa está difícil.»

O Brasil contabilizou 1.910 mortes devido à covid-19 nas últimas 24 horas, o maior número desde o início da pandemia e que eleva o total para 259.271 vítimas mortais.