Os títulos edificam carreiras, a genialidade dos protagonistas eterniza-as e a idade não é mais que um compasso de espera quando o talento é inegável. Por tudo isto Cristiano Ronaldo é questionado, por tudo isto é considerado uma promessa. Mas o mesmo sucedeu com alguns dos mais brilhantes do mundo:
Di Stéfano (1926) precisou chegar aos 27 anos e ao Real Madrid, onde jogou 11 épocas, para arrecadar cinco Taças dos Campeões Europeus de assentada, entre 1956 e 1960. Foi campeão nacional pelos merengues aos 28 (1954), 29, 31, 32, 35, 36, 37 e 38.
Pelé (1940) é por muitos considerado o melhor e provou-o com 17 anos, quando conquistou o primeiro Mundial, na Suécia, em 1958, o mais jovem jogador a conseguir tal feito. Em Novembro passado, a FIFA decidiu atribuir-lhe a medalha de ouro pelo Campeonato do Mundo de 1962, no Chile, que não recebeu por ter estado lesionado. Feito o reparo é o único com três mundiais. O terceiro foi no México, em 1970, já com 30.
Maradona (1960) disputou quatro campeonatos do mundo, liderando a Argentina em 1986, no México, ao primeiro lugar. Foi seu o melhor desempenho da prova. Com 18 já tinha arrecado o Mundial de sub-20 no Japão e o título de melhor jogador. É para muitos o mais genial de todos os tempos. No Barcelona ficou pelas taças nacionais, no Nápoles, com 29, ganhou a Taça UEFA.
Cruyff (1947) foi nomeado melhor jogador europeu três vezes (1971, 1973 e 1974), aos 24, 26 e 27 anos, recorde que partilha com Platini e Van Basten. No Ajax, aos 23, 25 e 26 anos somou três ligas dos campeões, além de uma Taça Intecontinental e duas supertaças europeias pelo meio.
Beckenbauer (1945) é considerado o melhor alemão de sempre e um dos do mundo. Duas vezes melhor atleta europeu do ano, jogou três mundiais. Conquistou o troféu em 1974, em casa, tinha 29 anos, já depois do Europeu de 72, na Bélgica. Pelo Bayern Munique, que representou entre os 19 (1964) e os 32 anos, conquistou três ligas dos campeões consecutivas (1974/76), ou seja, a partir dos 29.

Garrincha (1933) conquistou dois mundiais consecutivos, em 58 na Suécia e 62 no Chile, aos 25 e 29 anos. Melhor marcador do Mundial de 62, melhor jogador da prova e melhor jogador do ano. Tudo aos 29 anos.
Puskas (1927) é uma lenda do futebol húngaro. Marcou 84 golos em 85 jogos pela selecção, entre os 18 e os 29. Terminou a carreira no Real Madrid aos 39 anos, ao fim de oito épocas nos merengues. Cinco títulos consecutivos, entre os 34 (1961) e os 38. Três ligas dos campeões, aos 32, 33 e 39.
Eusébio (1942) ganhou, em 1962, com 20 anos, a Liga dos Campeões pelo Benfica, aos 23 foi o melhor jogador europeu e em 1968, com 26, venceu a primeira Bota de Ouro, devido aos 42 golos no campeonato. Feito que repetiria cinco anos depois, aos 31, com 40 golos. Ganhou a bota de ouro no Mundial de Inglaterra, em 66, com nove golos. Tinha 24 anos.
Platini (1955) teve de esperar até aos 29 anos para ser campeão europeu de França, em 1984, numa prova em que foi, ainda, o melhor jogador e marcador com nove golos. Foi na Juventus, a partir dos 27, que somou o maior número de títulos, entre 1982 e 1987. Aos 28 é considerado o jogador europeu do ano, menção que recebe nos dois anos seguintes, em 84 e 85. Neste último ganhou, ainda, a Champions, com 30 anos.
Zidane (1972) venceu o Mundial de 98, em França, com 26 anos, e o Euro-2000, na Bélgica/Holanda, com 28. Foi distinguido três vezes pela FIFA como o melhor jogador do mundo (1998, 2000 e 2003, ou seja, com 26, 28 e 31 anos). Chegou ao Real Madrid com 29 anos e um ano depois sagra-se vencedor da Liga dos Campeões.