A figura:  Cristiano Ronaldo

O povo adora-o, as balizas também, mas foi Bazunu quem durante 88 minutos levava a melhor recordação para casa do mais internacional de todos os portugueses. Ronaldo até nem fez um bom jogo. No primeiro tempo, perdeu a bola umas vezes longe da área ou mais perto dela. Não teve remate, não teve o que faz dele um dos melhores de sempre a praticar este desporto. Depois, bom, depois entre os 88 e 90 e picos, atirou a camisola ao ar, festejou de punhos cerrados e levou público e banco português ao delírio. O que é que isto quer dizer? Que enquanto ele estiver em campo,  há sempre uma hipótese de, mesmo jogando mal, Portugal vencer um jogo de futebol, seja contra quem for. São 111 golos, nem o recorde oficioso de Ali Daei sobrevive.

O momento: minuto 90

Ronaldo tinha 110 golos pela seleção no currículo, já se tinha isolado como maior goleador do futebol de seleções, mas faltava uma vitória para a festa ser mesmo festa. De cabeça, na compensação, Cristiano voltou a ser Cristiano e Portugal garantiu três pontos na qualificação para o Mundial 2022

Outros destaques

João Palhinha

Agarrou a titularidade e foi igual a ele próprio. O que quer dizer que não estranhou nem a mudança de camisola, nem de prova. Havia um meio-campo para ganhar e Palhinha tratou do assunto. Ora, o que se pede alguém que joga nas costas de Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Rafa, Jota e Ronaldo? Que seja o segurança que Palhinha foi, a recuperar muitas vezes a bola em zona alta ou quando a Irlanda queria sair. Foi ele que também acudiu ao lance imediatamente anterior ao 1-0. Saiu no segundo tempo, porque a tarefa para que tinha vindo era menos necessária: era preciso arriscar mais.

João Mário
Trouxe qualidade na posse de bola, trouxe bom ritmo, atirou para golo e acabou a servir Ronaldo para o 2-1. A entrada dele melhorou a equipa, tal como a de João Moutinho.

Diogo Jota

O mais perigoso dos portugueses, mas ineficaz como nem é habitual. Diogo Jota teve duas boas ocasiões de golo e desperdiçou-as, é verdade, mas soube ganhar espaço para as finalizar, conectar e ser perigoso. 

Aaron Connolly

No meio de tanto irlandês, destoou por ser um dos mais baixos e o que mais incomodou a defesa portuguesa. Nem sempre bem, é verdade, nem sempre ganhou duelos, mas o jogador do Brighton and Hove Albion foi agressivo neles e rápido nas ações. Teve sempre olhar para a baliza de Patrício e foram dele as melhores situações dos irlandeses, com a exceção do golo.