Oceano é um dos quarenta candidatos ao curso de treinadores da UEFA de III Nível que começou esta segunda-feira no Centro de Estágios de Rio Maior. Ainda sem grandes expectativas em relação a uma carreira, o antigo capitão do Sporting quer, antes de mais, abrir uma porta para o futuro.
«Representa essencialmente o abrir de uma porta para uma possível entrada no futuro. Mas, por enquanto, o mais importante é conseguir fazer este terceiro nível, tentar faze-lo da melhor forma, e que estas três semanas, que vão ser um bocado complicadas, passem da melhor maneira. Quero chegar ao final com a satisfação de que dei o meu melhor e de ter passado mais um nível nesta escada», destacou o antigo símbolo dos leões.
A relação com Alvalade foi intensa ao longo de muitos anos e, apesar das dificuldades inerentes, Oceano quer deixar todas as portas abertas para uma eventual futura carreira. «Não vou negar que o Sporting, o clube onde me formei como jogador e quase como homem, pelos anos que lá passei, me traz boas recordações. Mas um profissional de futebol tem de estar aberto a qualquer iniciativa que possa aparecer, desde que o projecto tenha pernas para andar. Ainda não sei se o meu futuro vai passar por ser treinador, mas tenho de estar preparado para qualquer oportunidade», destacou.
O facto de ter conquistado notoriedade enquanto futebolista poderá abrir algumas portas, mas Oceano defende que a «fama» é um pau de dois bicos. «Acho que no princípio poderá abrir portas, mas a responsabilidade também será sempre maior. É claro que as pessoas nos conhecem e, assim, temos menos margem para errar. Numa primeira instância pode ser bom, mas a longo prazo, quem não tem talento, quem não tem valor ou qualidade, não é por ser conhecido que vai conseguir chegar longe», explicou.
Com um mercado saturado, onde poucos sobrevivem, Oceano destaca o facto de muitos antigos jogadores estarem a abraçar uma carreira em que, ainda há poucos anos, era difícil lá chegarem. «Acho que há espaço para quem tem valor e para quem queira seguir esta vida que não é fácil. É preciso sacrificar muitas coisas e o facto de haverem cada vez mais jogadores a tirarem o curso de treinadores vem um pouco tirar aquela imagem de que o jogador só servia para dar pontapés na bola e não tinha jeito para mais nada. As pessoas têm que estar cientes que os jogadores de futebol também têm capacidade para fazer muitas coisas no futuro, nomeadamente para serem treinadores, para serem formadores de futuros homens e jogadores», referiu.
Quanto ao seu futuro próximo, Oceano prefere não fazer planos. «Os meus planos a curto prazo estão aqui, pelo menos nas próximas três semanas, depois logo se vê o que pode acontecer», referiu com humor.