Chiquinho Conde é um dos 30 alunos do Curso de Treinadores UEFA Professional que decorre em Rio Maior. O antigo avançado de Sporting, Alverca e V. Setúbal assumiu esta época o cargo de treinador e foi no seu país de origem que recebeu confiança para se sentar no banco. É o treinador do C.D. Maxaquene, antigo Sporting. Quando viajou para Portugal, para iniciar o curso que começou a 23 de Maio, o seu clube era líder, mas agora, quase um mês depois, caiu da tabela classificativa.
A ausência do treinador reflectiu-se na prestação da equipa, mas Chiquinho Conde assume que não tinha alternativa: «O meu clube era o antigo Sporting. Foi o clube onde eu joguei e fui campeão. Foi o meu último clube em Moçambique antes de vir para o futebol português e agora foi o que me proporcionou o início da carreira de treinador. Quando de lá sai estávamos em primeiro. Jogámos três jogos, desde que estou aqui em Rio Maior, perdemos logo o primeiro, ganhámos a seguir e empatámos o outro. Agora estamos em segundo ou terceiro lugar. Esse é uma situação que me aflige um pouco. De facto é um risco ter vindo fazer o curso, mas tinha de ser.»
Mesmo de tirar o curso máximo de treinadores signifique perder o campeonato moçambicano, Chiquinho Conde considera que não podia perder a oportunidade de garantir a formação obrigatória para os treinadores dos principais campeonatos europeus.
«Este curso é óptimo porque é uma valorização profissional. É o primeiro curso de IV Nível UEFA Professional e isso valoriza-me como treinador. Hoje cada vez mais é importante ter-se conhecimento e penso que saio daqui com um instrumento suficiente, e muito mais rico, para poder exercer a minha profissão. Quando jogava procurei sempre fazer os cursos de treinadores que existiam, tinha ficado o de IV Nível pendente porque havia a condicionante de se ser treinador. Agora que sou, tivesse essa oportunidade de fazer o curso e não a desperdicei. Embora esteja a decorrer o campeonato em Moçambique é um risco, mas é um risco calculado. O curso acaba já esta semana e vou ter de voltar para Moçambique o mais rápido possível», sublinha ao Maisfutebol.
Chiquinho Conde faz um balanço positivo da ainda curta experiência de treinador. O moçambicano sente-se orgulhoso por ajudar na evolução do futebol no seu país de natal, mas tem como meta treinar em Portugal: «Este o meu primeiro ano como treinador e tem sido uma experiência muito agradável. Moçambique foi o país que me deu oportunidade para iniciar a minha carreira. É claro que quis iniciar a minha carreira em Portugal, mas não tive oportunidades. De qualquer forma estou no meu país a procurar também dinamizar o próprio futebol. Tem sido bom embora sabendo que há várias vicissitudes do futebol moçambicano que condicionam muitas coisas. Eu vou melhor com este instrumento que adquiri aqui e espero que possa servir para a minha carreira no futuro. Treinar em Portugal é um dos meus grandes objectivos pois não quero resumir-me só no mercado africano. Portugal é a minha segunda pátria. Foi aqui que conquistei alguns títulos e me projectei como jogador e obviamente que era aqui que gostava de me projectar numa carreira que sei que não é fácil, mas que eu ambiciono. Espero poder conquistar um lugar aqui no seio do futebol português.»