Até 1966 a bola não era um produto, não pertencia a uma marca específica, era apenas o couro que rolava no relvado. E muitas vezes demasiado pesada. Teve vários nomes, da Federale 102 (1934) à Crack (1962), passando pela Top Star (1958) e terminando na Challenge, em 1966, que foi elaborado pela Slazenger, marca de produtos desportivos que atualmente fornece desportos como o ténis ou o cricket.
O exclusivo da Adidas foi garantido em 1970 e recentemente foi prolongado até 2030. A «brazuca», apresentada esta terça-feira como a bola do Mundial do Brasil, é a 12ª filha desta parceria. Com desenho inovador e pintada de branco, verde, azul e laranja, surge após a polémica «jabulani» do Mundial de 2010 na África do Sul, criticada por vários jogadores.
A estrutura tecnológica da bola do Mundial do próximo ano é idêntica ao padrão da «cafusa», usada na Taça das Confederações, também realizada no Brasil, bem como ao dos esféricos do Campeonato da Europa 2012 e da Liga dos Campeões. Houve, aliás, um cuidado muito especial da marca alemã para envolver os jogadores nos testes da nova bola.
O último salto tecnológico aconteceu em 2006, antes do Mundial da Alemanha, quanto a +Teamgeist foi feita de 14 e não de 32 painéis curvos, que foram juntos por pressão e não cosidos. Na altura foi dito que se tratava da bola mais redonda de sempre, mas os jogadores queixaram-se que era demasiado leve, embora se tenham adaptado ao longo do torneio. Em 2010 a Jabulani era feita de oito painéis tendo em vista a evolução aerodinâmica, mas os efeitos estranhos causaram estranheza.
A inovação tem sido sempre uma palavra de ordem a cada bola que passa. Sem 1974 a Telstar foi desenhada para ser mais resistente a condições atmosféricas adversas, em 1978 a Tango aparece com um design que iria durar duas décadas: 20 hexágonos com tríades negras e doze pentágonos, dando a impressão de ter doze círculos. Em 1986 a Azteca tornou-se na primeira bola sintética, enquanto que quatro anos anos depois a Etrvsco Unico foi a primeira a possuir uma camada interna de espuma preta. A Questra de 1994 era mais suave para permitir um maior controlo e maior aceleração, enquanto que a Tricolore de 1998 foi a primeira a abandonar o preto e branco tradicional. A Fevernova de 2002 foi desenhada para ajudar na precisão do remate.
Agora surge a Brazuca, feita com uma nova estrutura de seis painéis idênticos, procurando ter melhor aderência, contacto, estabilidade e aerodinâmica em campo, em resultado do trabalho de investigação de dois anos e que envolve 600 jogadores (entre eles Messi, Casillas, Schweinsteiger e Zinedine Zidane) e 30 equipas de dez países em três continentes (como o Milan, o Bayern de Munique, o Palmeiras e o Fluminense).
No que diz respeito à escolha do nome, brazuca saiu de uma consulta à população, tendo recebido 78% dos votos e deixando para trás outras soluções como «Carnavalesca» ou «Bossa Nova». A explicação oficial é simples, sendo que o significado é bem conhecido dos portugueses: «A expressão brazuca significa
brasileiro e descreve o modo de vida do país. As cores e o design dos seis painéis da bola foram inspirados nas fitas da sorte do Senhor do Bonfim da Bahia e simbolizam a paixão e alegria associadas ao futebol no Brasil».
Não vai ser preciso esperar pelo Mundial para ver a brazuca rolar nos relvados dado que fará a sua estreia em Portugal já no dia 13 de dezembro, durante o jogo entre a Académica e o Marítimo.
Não vai ser preciso esperar pelo Mundial para ver a brazuca rolar nos relvados dado que fará a sua estreia em Portugal já no dia 13 de dezembro, durante o jogo entre a Académica e o Marítimo.