Danny Jordaan foi o CEO do Comité Organizador Local do África do Sul-2010 e é agora o presidente da federação sul-africana (SAFA).

Em longa entrevista concedida ao «Globo Esporte», Jordaan apontou falhas na estratégia brasileira e avisou: «O Brasil relaxou e passou estar mais atrasado do que estava África do Sul por esta altura».

Desde novembro de 2012, o dirigente sul-africano exerce também o cargo de conselheiro da FIFA para a organização do Mundial-2014.

Sem papas na língua, Danny Jordaan avalia: «Se olharmos do ponto em que estávamos nessa época para a Copa [de 2010], o Brasil está mais atrasado», sentenciou.

Ex-deputado pelo Congresso Nacional Africano, partido de Nelson Mandela e do atual presidente Jacob Zuma, Danny aponta a boa relação entre a FIFA e o governo local como um dos pontos que deixaram, na sua opinião, os africanos à frente da organização brasileira.

E avisa: «O Brasil relaxou».

Em 2007, o Brasil foi anunciado como sede da Copa de 2014 após um acordo entre FIFA, CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e demais federações da América do Sul, que não apresentaram candidatura.

À época ainda vigorava o «roulement» de continentes que garantia a um dos filiados da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) a organização da Copa.

Ou seja: o Brasil não teve opositor real para 2014. E isso pode ter sido mau. «Não houve diminuição nos investimentos sociais em 2010. A Copa mudou a imagem da África do Sul», recorda Danny Jordaan.

Olhando mais ao detalhe, Jordaan apontou: «Obviamente algumas cidades estão sob pressão. O torneio está chegando perto. Completar a infraestrutura é a primeira coisa a ser feita. Você precisa deixar isso pronto e testar antes do torneio. O mais importante é estar tudo pronto com a infraestrutura. É o primeiro e maior desafio. O grande desafio em algumas cidades é completar o que falta de estádios e de áreas ao redor. É lá onde a Copa do Mundo acontece verdadeiramente».

E se Curitiba tivesse ficado de fora? «Teria sido devastador. A cidade preparou-se por um longo tempo e, no final, fica fora. Seria um revés. A única coisa que Curitiba pode fazer é acelerar e terminar a tempo. Espero que todos os estádios estejam prontos. O mundo está esperando um grande evento no Brasil. A responsabilidade é dos brasileiros, de mostrar que esses problemas serão resolvidos.»