Cristiano Ronaldo foi suspenso por três jogos, à espera de recurso, depois de se ter desentendido com dois jogadores do At. Bilbao, primeiro com Gurpegui, a seguir com Iturraspe, e por ter «desconsiderado» o árbitro na sequência da expulsão. Não é o primeiro vermelho da carreira do português, longe disso: é o oitavo, o quarto em Espanha (ainda em maio passado tinha sido expulso na final da Taça do Rei, frente ao At. Madrid). E CR também não está sozinho na lista de super-estrelas que viram vermelho por terem passado dos limites. Não falamos só de casos extremos, como Zidane. Bem, também falamos dele, mas aqui vamos dar-lhe uma ideia, olhando apenas para os grandes jogadores da atualidade, de como, mais cedo ou mais tarde, toca a todos.

Até a Lionel Messi. E, no caso dele, foi mais cedo. «La Pulga» tem um registo imaculado na Liga espanhola, em 10 anos e mais de 400 jogos pelo Barcelona nunca viu um cartão vermelho. O que tem alimentado outra conversa associada a este assunto, se as grandes estrelas não são mais protegidas pelos árbitros. Mas até Messi tem uma mancha vermelha na carreira. A estreia dele com a camisola argentina durou 44 segundos. A 17 de agosto de 2005, entrou em campo aos 63 minutos para render Lisandro López num particular com a Hungria. E foi expulso ao minuto 65, porque o árbitro Markus Merk considerou que deu uma cotovelada no defesa Vilmos Vanczak.



Já que estamos a falar dos melhores do mundo, vamos para o terceiro na lista deste ano da Bola de Ouro. Franck Ribery já falhou uma final da Liga dos Campeões por causa de um vermelho. Foi em 2010, quando o Inter de José Mourinho venceu o Bayern Munique. O francês foi suspenso por três jogos por uma entrada sobre Lisandro Lopez na primeira mão da meia-final com o Lyon.



Mas Ribery tem outros momentos mais quentes. Como este, em dezembro de 2012, quando fez o que vai ver no vídeo a Koo Ja-Cheo, jogador do Augsburgo.



Eden Hazard é o jogador do momento, a grande estrela em ascensão no futebol mundial. E sim, também já teve o seu momento de desvario em campo. Aconteceu há um ano e do outro lado da fúria do belga do Chelsea estava um apanha-bolas. Lembra-se?



Era um momento de tensão, o jogo levava 80 minutos, o Chelsea estava na iminência de falhar o apuramento para a final da Taça da Liga e o apanha-bolas estava a complicar as coisas. São momentos de tensão como este que potenciam os atos irrefletidos de que falamos aqui.

Veja-se Van Persie, por exemplo. O holandês, que em março de 2011, ainda no Arsenal, viveu a situação insólita de ser expulso num jogo com o Barcelona para os oitavos de final da Liga dos Campeões por não ter ouvido o apito do árbitro, não resistiu à provocação do guarda-redes do Stoke City, em novembro de 2008, num jogo que o Arsenal estava a perder por 0-2, e fez isto. Expulso, pois.



Por falar em pressão. Didier Drogba na final da Liga dos Campeões, pois. Faltavam cinco minutos para o fim do prolongamento da decisão de 2008 entre o Chelsea e o Manchester United, quando uma confusão generalizada entre os jogadores das duas equipas acabou com Drogba expulso, depois de dar uma palmada, digamos, na face de Vidic. O United ganhou nos penáltis.



Os grandes jogadores distinguem-se não só pelo talento, mas também por lidarem melhor com a pressão. Mas nem sempre. Wayne Rooney foi protagonista de duas expulsões polémicas em momentos cruciais. No Mundial 2006, frente a Portugal.



Depois em outubro de 2011, frente ao Montenegro. No jogo que decidia a presença da Inglaterra no Euro 2012, Capello achou que Rooney estava em condições de jogar apesar do momento difícil na sua vida pessoal: o pai do jogador tinha sido detido na véspera por suspeitas de irregularidades com apostas. Fabio Capello nem queria acreditar na forma como o jogador reagiu a um bloqueio de Dzudovic. O jogo levava 74m, a Inglaterra conseguiu ainda assim apurar-se, com um empate a dois golos, e Rooney falhou os dois primeiros jogos do Euro 2012 por castigo.



E depois há as estrelas com fama (e proveito) de «bad boys». Como Ibrahimovic. Mas aqui não falamos de defeito, é feitio. Não se pode dizer que Ibra tenha perdido a cabeça nestes momentos.

Como no soco a Rossi, num Milan-Bari:



Ou a estalada a Aronica, do Nápoles:



Ou na pisadela a Guardado, do Valência



Ou ainda na entrada à Kung Fu sobre o guarda-redes do Saint-Etiénne



Também temos Balotelli, claro. José Mourinho resumiu o avançado italiano numa história em volta de uma expulsão, do tempo em que era seu treinador no Inter, frente ao Rubin Kazan. «O Mario viu um cartão vermelho ao minuto 42, por isso no balneário, ao intervalo, passei para aí 14 minutos dos 15 disponíveis a falar só com o Mario. Disse-lhe: ‘Mario, não posso substituir-te, não tenho avançados no banco, por isso não toques em ninguém e joga só a bola. Se perderes a bola, não reajas. Se alguém te provocar, não reajas, se o árbitro cometer um erro, não reajas. Ao minuto 46, cartão vermelho!»



Mais um caso do Super Mario. Em junho de 2013, com a Itália, viu dois cartões amarelos em quatro minutos, frente à Rep. Checa. Acabou expulso e a pontapear tudo o que lhe apareceu pela frente até ao balneário.



Mas Balotelli também já esteve do outro lado desta história. Foi vítima de outro grande craque, Francesco Totti. Veja o que lhe fez o «Imperador» de Roma.



A cabeça fora do lugar

Até aqui estivemos a falar de momentos em que os grandes jogadores passaram os limites. Para o fim deixamos lances de outro «campeonato», recuando um pouco mais no tempo. Quando os craques perdem mesmo a cabeça. Ou a usam para acertar num adversário, em plena final de um Campeonato do Mundo, e essa é a última imagem com que ficamos da sua carreira.

Zidane, pois.



E Pepe, naquele momento de insanidade frente ao Getafe.



Ou João Vieira Pinto e o árbitro Angel Sanchez, no Portugal-Coreia do Sul do Mundial 2002



E, claro, o pontapé de Cantona a um adepto