Na hora de encontrar um nome para uma equipa de funcionários da empresa que desenvolve o jogo Football Manager (FM), o grupo escolheu Tó Madeira. A ideia era ter um daqueles jogadores de culto do jogo. Mas havia outras opções, claro está.

Suart Warren explica a escolha pelo «jogador» do Gouveia, uma personagem fictícia: «Fizemos uma lista com esses jogadores lendários, de culto. Depois votámos. O Tó Madeira ganhou. Achámos que era o nome ideal, até porque de entre todos os que tínhamos, era o único que nunca existiu, na verdade», explicou.

O Maisfutebol não teve acesso à lista que foi a votos e esteve na génese do F.C. Tó Madeira. Mas não é difícil adivinhar, pelo menos, alguns dos nomes que nela deveriam constar.

Craques em potência, ilustres desconhecidos, jogadores que nunca confirmaram o que prometiam. O videojogo está cheio de jogadores que chegaram ao topo apenas no ecrã de um qualquer fã da franquia. Nos relvados a história foi outra. Reunimos alguns exemplos.

Maxim Tsigalko Porventura o maior fenómeno depois de Tó Madeira. Bielorruso e avançado do Dínamo de Minsk é, para muitos, a maior criação de sempre do FM, alcançando frequentemente a barreira dos 60 golos por temporada, seja qual for a equipa. Tem 29 anos e deixou de jogar há três no Savit Mogilev, clube modesto do seu país. Foi internacional sub-21.

Ibrahima Bakayoko Na versão de 1997/98 era o organizador de jogo que todos queriam. Alinhava no Montpellier, nem era barato, mas fazia valer cada tostão. No futebol a sério foi menos vistoso mas conseguiu uma carreira de respeito, com passagens por Everton, Marselha, Osasuna ou Paok. Aos 35 anos joga no Olympiakos Volos.

Mark Kerr Mais um médio, este escocês e integrante do plantel do Falkirk. No jogo era frequentemente o rei das assistências no campeonato. Em campo...alguém o viu? Joga atualmente no Dundee FC, ainda na Escócia, de onde só saiu por dois anos para o Asteras Tripolis, da Grécia.

Levan Tskitishvili O Dínamo Tiblissi era uma fonte de bons jogadores na versão 1997/98. Este extremo direito era o melhor de todos. Marcava e dava a marcar. Foi dos primeiros fenómenos desconhecidos do jogo. Fora dele jogou vários anos no Friburgo e passou pelo Wolfsburgo. Deixou de jogar em 2009, no Wiesbaden da II Liga alemã, com 33 anos

Hugo Pinheiro Até teve honras de reportagem num jornal televisivo português! Guarda-redes do modesto Marinhense era outro dos fenómenos da versão 2000/01. Tó Madeira na frente, Hugo Pinheiro na baliza e objetivo cumprido. Mas este existiu mesmo. Em 2010/11 estava no Fátima. Alguém sabe onde anda hoje?

TonTon Zola Moukoko Uma pesquisa sobre este jogador na internet desvenda uma frase curiosa: «Se não o viu no FM, então nunca o viu». Na versão 2001/02 era o craque do Derby County. Natural do Congo, fez carreira na Suécia em equipas de baixo nível. Tem 28 anos atualmente.

Julius Aghahowa Era o nigeriano de maior potencial em 2002 e, por isso, os criadores do jogo elevaram-no ao estatuto de estrela. As negociações com o Shakhtar Donetsk não costumavam ser fáceis, mas depois disso era ver o avançado crescer. E marcar, muitos. Continua em Donetsk, sem a influência de outros tempos e depois de vários empréstimos.

Freddy Adu Para muitos é a maior criação de sempre do FM. Os americanos chamavam-lhe o novo Pelé. Passou pelo Benfica, sem sucesso. Pelo Belenenses, sem sucesso. Pelo Mónaco, pelo Aris de Salónica. Sempre apagado. Brilhava no jogo, ofuscava-se no relvado. Joga atualmente no Philadelphia Union.