Deco tem sido um dos futebolistas mais procurados pela imprensa brasileira, depois do sorteio do Mundial ter colocado o país em que nasceu, o Brasil, frente àquele que o fez internacional, Portugal. O médio estreou-se, precisamente, num jogo com a «canarinha», recordou essa partida no Estádio das Antas e admitiu: «Amo Portugal por tudo aquilo que me deram. Mas não sou português.» Ao «Esporte Espectacular» elogiou Ronaldinho Gaúcho e um tal de Carlos Alberto.
«Foi a sensação mais estranha que já tive na minha carreira», disse Deco, sobre ter defrontado o Brasil na estreia pela selecção portuguesa. O entrevistador quis saber se o médio do Chelsea cantava o hino, Deco respondeu que não é costume mas entoou uma parte de «A Portuguesa».
«Sou brasileiro e não consigo ver a minha vida sem Portugal, amo Portugal por tudo aquilo que me deram, mas seria incapaz de dizer que sou português, porque não o sou», disse o camisola 20 dos londrinos, para acrescentar: «Não tenho a minha história como outros que nasceram, mas talvez seja mais português em muitos outros aspectos que outras pessoas.»
Ronaldinho «Juvenal» Gaúcho e Carlos Alberto
Numa análise à carreira, Deco lembrou que a pior derrota foi na final do Mundial de Clubes, em 2006, que o Barcelona perdeu para o Internacional de Porto Alegre. «A nossa preparação foi zero, não tínhamos visto vídeos do Inter, ninguém esperava que o Barcelona pudesse perder uma final daquelas», declarou.
Depois, palavras sobre o amigo Ronaldinho Gaúcho, que Deco trata por Juvenal, o mesmo nome com que o craque do Milan trata o médio ex-F.C. Porto. «Durante os meus dois, três primeiros anos no Barça, a gente sabia que ele resolvia, depois, em certos momentos, a culpa da derrota era sempre minha, do Gaúcho e do Eto'o», começou por dizer. «Eu ficava muito chateado com o que estavam a fazer com o Juvenal, mais chateado até do que ele mesmo», garantiu Deco sobre Ronaldinho.

O F.C. Porto foi o clube mais importante na carreira e recorda com carinho especial o agora capitão do Vasco da Gama, na altura um miúdo de 19 anos que se sagrou campeão europeu pelo azuis e brancos. «Naquela equipa havia o Carlos Alberto, com aquela idade foi a o maior fenómeno que eu vi jogar», considerou Deco, que revelou, outra vez, estar infeliz no Chelsea e querer voltar ao Brasil. «Se eu vou antecipar minha volta, não posso ficar à espera do Corinthians. Se tiver outra proposta boa de um clube, eu acabarei indo, porque o que eu quero é voltar para o Brasil», concluiu o internacional português, numa alusão ao clube do coração.
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