A quatro dias do «derby» o Maisfutebol lança o debate. Tendo em conta aquela que tem sido a realidade de Benfica e Sporting esta época, e nos últimos jogos em particular, procurámos as questões táticas que podem influenciar o resultado do jogo da Luz. Leia, e depois «embirre» à vontade na caixa de comentários

Que papel para o terceiro médio do Sporting?

Rinaudo e Eric Dier têm contado com a companhia de André Martins, nos últimos jogos. Na Luz é possível que o número 28 mantenha a titularidade, embora Jesualdo Ferreira possa apostar também em Adrien. Labyad e Schaars são outras opções disponíveis. Seja qual for o eleito, será interessante perceber se vai ter liberdade para pensar o futebol ofensivo da equipa ou se vai estar «preso» à tarefa defensiva, que passaria por minimizar a influência atual de Nemanja Matic no futebol encarnado. E o sérvio, como se tem visto, é mais do que um «trinco».

Que risco vão assumir os laterais do Benfica?

É provável que o Sporting aposte em surpreender o Benfica sobretudo através de saídas rápidas para o ataque. Os flancos serão via de comunicação privilegiada com Ricky van Wolfswinkel, e da força deste fluxo dependerá muito a influência do holandês, que até marcou os dois últimos golos leoninos no «derby», incluindo aquele que ajudou a afastar o rival do título 2011/12. Capel e Bruma devem ser os extremos leoninos no domingo (Labyad e Carrillo são alternativas) e vão estar à espreita da dose de risco habitualmente assumida pelos laterais benfiquistas, sobretudo Maxi (se jogar, claro). O uruguaio abdica frequentemente do rigor posicional em prol de desequilíbrio ofensivo, deixando espaço para explorar nas costas. Melgarejo é menos impulsivo mas por vezes também se distrai e deixa fugir o adversário direto nas costas.

Até onde recua o «trinco» leonino?

Nada leva a crer que Jorge Jesus abdique dos dois avançados. É provável, de resto, que o treinador do Benfica aposte na dupla Lima-Cardozo. Isto levanta uma questão clássica a Jesualdo Ferreira: arrisca situações de igualdade numérica no eixo da defesa, ou determina o apoio do médio mais defensivo? Esse elemento (Rinaudo, eventualmente, ou Dier) terá sempre de controlar o raio de ação do segundo avançado benfiquista, mas a dúvida passa por saber até onde recua. É preciso ter em conta que em causa está também o equilíbrio de forças a meio-campo, pois esse recuo pode deixar uma situação de dois jogadores para dois no «miolo». É a posição deste médio mais defensivo que vai indicar em que setor o Sporting quer ter vantagem numérica.

Quem marca o ritmo encarnado?

O Benfica é uma equipa impulsiva, explosiva, que gosta da vertigem do ataque, mas em jogos como este, em «derbies», também faz falta alguém que pare para pensar o jogo. O desequilíbrio pode estar mais à espreita, e pode ser explorado pelo Sporting. Com Aimar provavelmente sentado no banco, quem assumirá a gestão do ataque encarnado? Será Matic que funcionará como um pêndulo recuado, ou Enzo Pérez assumirá esse protagonismo, abdicando um pouco da tendência para conduzir a bola e procurar mais o passe?

Que segurança vão dar os laterais leoninos?

Cédric e Miguel Lopes, Miguel Lopes e Joãozinho, Cédric e Joãozinho, ou mesmo outra combinação? Será, porventura, a principal dúvida relativamente ao «onze» que o Sporting vai apresentar na Luz. Ora por castigos, ora por lesões, Jesualdo Ferreira ainda não conseguiu estabilizar as laterais, e a segurança nesses lugares será fundamental para alcançar um bom resultado. Até pelo bom momento de forma de Salvio e Gaitán, prováveis apostas de Jesus. E perante esta difícil tarefa será que haverá ainda capacidade para criar desequilíbrios ofensivos?