Já não enche, é verdade, mas dizem os dirigentes que o Municipal de Viseu ainda recebe muita gente nos dias em que o Académico joga. Longe vão os tempos de Leal, João Luís e Amaral, jogadores que passaram pelo clube e chegaram ao Sporting. Paulo Gomes (Penafiel, ex-U.Leiria e Paços de Ferreira), Luís Vouzela e o mítico Zé de Angola foram outros nomes sonanes do emblema viseense, que diz quem viu de perto, tinha das melhores assistências do futebol português.
«O Fontelo tinha sempre muita gente. O Académico esteve quatro vezes na primeira divisão, mas o estádio estava quase sempre cheio», recorda o director-desportivo José Monteiro, de 42 anos, que acredita ser «possível voltar a ter grandes casas no Fontelo».
«Esta época já tivemos jogos com três mil pessoas e estamos na III Divisão. O Académico de Viseu é o maior clube do distrito. Vamos em mil sócios, tantos quanto tinha o CAF quando acabou. Se subirmos este ano, esperamos que esse valor duplique», conta o dirigente, entusiasmado.
Os viseenses apostam na subida à II Divisão já este ano e esperam evitar os erros do passado. Ou seja, há que apostar forte no distrito: «O Académico de Viseu deve sempre apostar na formação. Há jogadores que terão de vir de fora, mas devem ser quatro, cinco no máximo. Mas 80 por cento do plantel do Académico é da zona de Viseu. Vêm de Tondela, Mangualde, Nelas, etc. Temos de fazer um apanhado dos melhores do distrito.»
A intenção é simples, tentar fazer um conjunto tão bom como aquele que ascendeu à primeira divisão em 1987/88. «A melhor equipa do Académico foi a que subiu pela última vez. Tinha o Leal, o João Luís, o Delgado, o Sardinha, o Quim entre outros. E tinha o Carlos Alhinho como treinador. Era uma equipa fabulosa.» E enchia o estádio.