Dois treinadores, seis pontos. Zero vitórias. Nove golos marcados. Vinte e oito sofridos. Último lugar.

Mais do que isso, um fosso de cinco pontos para as três equipas à sua frente. Vitória Setúbal, que venceu; e Académica, com mais um ponto depois de passar no Restelo. Apenas o Penafiel não aumentou a diferença, depois de não ter conseguido contrariar o primeiro classificado.

João de Deus somou três derrotas e foi despedido. José Mota conseguiu os seis empates que a equipa tem na Liga, mas ainda não descobriu o clique para começar a vencer. Não seria fácil que acontecesse com o FC Porto, mas o lastro já vem de trás.

O presidente promete, em conversa com os jornalistas, que a equipa não vai descer, mas o reforço necessário do plantel parece dependente das sobras dos grandes. E também da sua necessidade em rodar jovens, que precisem de um espaço mais exigente que as equipas B. Não vem necessariamente de uma reação incisiva sobre as lacunas do plantel.

A verdade é que o cenário a pairar sobre Barcelos não é o melhor.

Trinta e quatro pontos separam, em 15 jogos, o primeiro do último em Portugal. Uma diferença maior, nos campeonatos mais prestigiados, só na Holanda (36 em 17). Itália tem menos um (33 em 16) e a Inglaterra menos dois (32 em 20).

Se só estes dados não servem para tirar conclusões do desequilíbrio de uma Liga recentemente alargada são pelo menos um sinal de que a presença de mais equipas não significa propriamente mais obstáculos no caminho das melhores equipas.

Como se previa. 

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no Twitter.