O Sporting vive tempos perigosos.

A SAD leonina tem-se debatido frequentemente com problemas graves de tesouraria, que tenta contornar com antecipação de receitas.

Em novembro, por exemplo, o Sporting precisava de reembolsar um empréstimo obrigacionista no valor de 30 milhões de euros. Acabou por conseguir fazê-lo graças a um outro empréstimo obrigacionista que rendeu 26 milhões em cima da meta: não foi suficiente, portanto, mas quase.

Pouco mais de dois meses depois, o Sporting volta a enfrentar problemas de tesouraria. A SAD leonina reconhece que os saldos em caixa não são suficientes para cobrir as necessidades nos próximos 12 meses, adianta que precisa de 41 milhões de euros até ao final de junho e de 65 milhões para fazer face às despesas correntes do próximo ano.

Por isso vai tentar antecipar receitas das NOS.

Para além disso, falhou o pagamento de 40 milhões de euros ao Novo Banco e ao Millenium, relativos a dívidas dos tempos de Bruno de Carvalho, tendo recebido um prazo até final de março para regularizar as dívidas. Nesta altura está a tentar negociar com os bancos uma solução, ao abrigo de nova reformulação do Acordo Quadro.

O Sporting admite, de resto, que a 30 de setembro, portanto no fecho do último exercício trimestral, o desequilíbrio financeiro entre o passivo corrente e o ativo corrente é negativo em... 137 milhões.

Ou seja, o Sporting vai ter no espaço de um ano de encontrar forma de fazer 137 milhões de euros extraordinários para fazer face às despesas correntes.

A situação é verdadeiramente dramática.

A SAD tem até agora empurrado o problema com a barriga, para conseguir um empréstimo obrigacionista aqui, antecipar créditos da NOS ali, mas são na verdade soluções temporárias, que não resolvem nada: mais tarde ou mais cedo vão apresentar a fatura.

O que lança uma dúvida: até quando o Sporting vai conseguir tapar buracos?