O Benfica mostrou a habitual falta de cultura desportiva que marca os clubes grandes em Portugal e, um dia depois de perder no Dragão – e perder bem, sublinhe-se –, saiu pela rua aos gritos.

Não é nada de novo, portanto.

A proposta de ter árbitros estrangeiros nem merece comentários, o próprio Benfica não estará a levar a sério esta ideia que não encontra justificação ou pretexto em lado nenhum: nos erros cometidos, na vulnerabilidade dos árbitros portugueses ou na qualidade dos árbitros estrangeiros.

Por isso porquê esta «proposta», e aqui convém sublinhar as aspas na palavra proposta?

Basicamente porque o Benfica, como o FC Porto, precisa de fazer barulho. Aliás, precisa de fazer muito barulho. Como o rival na luta pelo título tem gritado algumas vezes ao longo das últimas semanas, a SAD encarnada sentiu que era necessário gritar mais alto.

É típico no futebol português: os clubes grandes acham que os árbitros são condicionáveis e que fazer muito barulho traz sempre dividendos. Por isso berram muito, vociferam, esbracejam.

A ideia é cada vez mais precaver o futuro o quanto antes: influenciar, manipular, instigar. Antigamente reagiam, agora antecipam. Porque, acham eles, é assim que funciona melhor.

O que o Benfica fez é, no fundo, mais do mesmo.

Mas é ridículo. E triste.