Antes de mais, é necessário sublinhar que todos têm direito à presunção de inocência até prova em contrário. É um direito fundamental, alienável e não é coisa pouca.

Até chegar a tribunal e transitar em julgado, o Benfica é portanto inocente de tudo.

Nem eu, nem o leitor, nem ninguém – à exceção dos próprios – sabe nesta altura, de resto, se existe alguma percentagem de culpa nas acusações que recaem sobre a SAD encarnada. Sabemos, isso sim, que à mulher de César não basta ser séria: é preciso parecê-lo.

E aqui é que o Benfica já perdeu.

Em pouco mais de três anos, a SAD do Benfica recebeu seis visitas da Polícia Judiciária. Ora para haver uma visita da Polícia Judiciária tem de haver, necessariamente, uma suspeita de ilegalidades: e só o facto de haver uma suspeita de ilegalidades, neste caso multiplicada por seis, já é uma mancha. A imagem do Benfica sai por isso, de cada visita dos inspetores, profundamente poluída.

Mesmo que o Benfica no fim seja inocente, como merece que nesta altura encaremos todos os vários processos a correr no Ministério Público, parece óbvio que não foi, pelo menos, ético. Colocou-se a jeito para entrar num terreno onde nunca devia ter permitido que se entrasse.

É uma mancha que fica e que é inteiramente culpa do próprio Benfica.