Cabeça. Ou a falta dela. De Boateng a Marega, passando por Herrera.

O que passou pela cabeça de Boateng? Marcou, tirou a camisola e mostrou a inscrição My Time is Now. O problema é que já tinha visto um primeiro amarelo e foi expulso. O Moreirense, que se tinha colocado nesse momento na frente do marcador, perdeu.

Herrera, ao querer chutar contra Eliseu, pontapeou sem nexo na direção da linha final e ofereceu um canto ao Benfica. O canto. O canto que Lisandro converteu no empate no segundo minuto de descontos do clássico do Dragão. O mexicano não pode ser nunca o bode-expiatório do resultado com o Benfica, mas não ajudou nada ao seu estatuto para alguns críticos, que já o apontam como o elo mais fraco do meio-campo portista.

Depois de na semana passada ter ficado chateado com a sua substituição, o goleador Marega agrediu Sequeira, do Nacional, e viu o vermelho direto. Melhor marcador do campeonato, resistiu 25 minutos num jogo importante para o entusiasmante percurso da equipa de Pedro Martins na Liga.

A caminho dos balneários, avisou a família que ia para casa.

Reduzido a dez, a perder por 1-0, os minhotos tiveram de dar a volta ao marcador. Tiveram a cabeça que o maliano não teve. E viraram mesmo.

O futebol, já todos sabemos, não é só talento. Precisa de muita cabeça.

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LUÍS MATEUS é o Diretor do MAISFUTEBOL e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».