O fim da carreira de Mathieu não é só uma má notícia para o Sporting: o próprio campeonato fica mais pobre. O francês foi um dos melhores centrais que passou por Portugal nos últimos anos.

Tecnicamente evoluído, inteligente e muito experiente, Mathieu parecia saber ler o jogo antes dos outros e posicionar-se exatamente no local certo. Por isso se tornava tão difícil passar por ele.

À qualidade futebolística, porém, há que acrescentar uma dedicação enorme.

Mesmo no limite das forças, quando parecia estar fisicamente esgotado, Mathieu tinha sempre força para mais um sprint, para mais uma correria.

Frequentemente, aliás, partia em longas cavalgadas com a bola controlada, em velocidade, a invadir o meio campo adversário quando a equipa precisava disso.

Do francês fica, portanto, a imagem de um excelente jogador, diligente, abnegado e dedicado ao Sporting. Dizem que era demasiado calado, quase antissocial, mas a verdade é que Mathieu falava em campo, na capacidade de se entregar ao jogo e à equipa.

A paixão pelo clube, essa, estava traduzida no facto dos filhos integrarem, por exemplo, tudo o que era campos de férias do Sporting. Sim, Mathieu entregou-se de alma e coração.

Merecia mais sorte, merecia outro tipo de despedida, mas o futebol, e sobretudo a vida, nem sempre são justos.

Obrigado, monsieur.