O Benfica venceu o Lyon. Mas foi apenas isso.

A equipa voltou a fazer uma exibição cinzenta e monótona, sem personalidade, sem entusiasmo e sem fervor. Perdeu uma excelente oportunidade de se exibir ao mundo em todo o seu esplendor.

Sobretudo porque defrontava um adversário em crise profunda, que só ganhou três dos treze jogos realizados esta época (e que já foi derrotada, por outro lado, cinco vezes).

Ora como dizia, o Benfica fez uma exibição cinzenta, o que já não é propriamente uma novidade. Nem sequer pode dizer-se que seja surpreendente.

Este Benfica não tem dimensão europeia e parece não estar preocupado com isso.

Bruno Lage continua a não fazer da Liga dos Campeões uma prioridade. Esta noite apostou em Gedson, por exemplo, que somava quatro jogos e pouco mais de duzentos minutos. Apostou em Cervi, que somava dois jogos e menos de cem minutos.

Apostou enfim na rotatividade do plantel, parecendo aproveitar a competição para dar minutos a jogadores menos utilizados, tal como já tinha feito com o Leipzig e com o Zenit.

Isto, para mim, é totalmente incompreensível.

Já escrevi isto algumas vezes e volto a fazê-lo. A Liga dos Campeões é o futuro.

Os miúdos portugueses conhecem hoje melhor Messi, Benzema ou Salah do que conhecem Rafa, Pizzi ou Seferovic. Há uma geração, muito jovem, que está a crescer com os olhos nos melhores jogadores, nos melhores clubes e nos melhores jogos.

Vai ser muito difícil convencê-los que um Benfica-V. Guimarães ou um Benfica-Santa Clara é que é bom, quando todas as semanas podem ver verdadeiros all-star com os melhores do mundo.

Por isso tenho por completamente seguro que o futebol português, como o futebol italiano ou francês, vai cair na segunda divisão europeia. Vai, sim senhor. Mais tarde ou mais cedo, vai cair.

O caminho, não tenho dúvidas, é uma liga europeia. A ideia já anda aí e qualquer dia não é só uma ideia: as melhores equipas, os melhores jogadores e os melhores patrocinadores.

Por isso apostar na Liga dos Campeões é apostar no futuro. 

Apostar forte na Liga dos Campeões significa apostar na afirmação do clube: conquistar novos mercados, gerar mais audiência e internacionalizar a marca. Só dessa forma, com uma equipa competitiva e um auditório global, um clube poderá ser atrativo.

Infelizmente para ele, as últimas participações do Benfica na Liga dos Campeões estão a deixá-lo muito distante da primeira divisão europeia. Muito, muito distante.

O clube continua a desbaratar um mar de oportunidades de se afirmar internacionalmente.

Ainda faltam três jogos e muita coisa pode acontecer, sim, mas convém perceber rapidamente que a Liga dos Campeões não é opcional: nos tempos que correm tem de ser prioritária.