Como cresce uma equipa? Essencialmente, de duas formas.

1. Trabalhando bem, com ideias sólidas, e esperando que os jogadores evoluam e façam amanhã o que ainda não conseguem hoje.

2. Acrescentar à equipa jogadores novos, de qualidade, que tragam outras soluções. No limite, jogar de forma diferente.

Olhando para o Sporting que conhecemos nesta altura diria que a equipa só poderia crescer se jogadores como Rojo, William Carvalho, Adrien, Slimani, João Mário e Carlos Mané continuassem a melhorar. Ou seja, a primeira via, que os reforços pouco prometem (se conseguirem ser suplentes capazes já não será mau).

É por isso que Marco Silva não tem conseguido esconder a preocupação, nos últimos dias.

Lá atrás, Rojo está proibido de jogar pelo presidente (e stranha forma de ajudar a equipa) e a saída de Alvalade parece a única saída. Má notícia para o treinador.

No meio-campo, a exibição de William Carvalho em Coimbra foi lastimável. Estou a pensar na expulsão, claro, mas também na baixa intensidade. Na melhor versão, o médio está fora de forma. No pior cenário, está com a cabeça em outro lado. Até 1 de setembro tudo ficará mais claro. Para já, em vez de ajudar, prejudicou e na próxima partida estará na bancada.

Adrien é por esta altura a única boa notícia para Marco Silva. Apareceu já perto do nível da época passada. Dava-lhe jeito ter mais William e mais André Martins porque sem o melhor dos dois colegas fica demasiado trabalho sobre os ombros de Adrien.

Na frente, Slimani também está afastado pela direção. Em Coimbra sentiu-se a ausência do argelino. Com Slimani, Marco Silva poderia fazer alinhar Montero um pouco mais atrás. Ganharia poder no ar e capacidade física.

Por último João Mário e Carlos Mané. Ao contrário de Capel, de quem nada se espera, e de Heldon, que está uma sombra do que era, a qualidade dos dois jovens da formação poderá, a médio prazo, permitir ao treinador jogador de uma forma diferente.

Não me esqueci de Carrillo. Simplesmente acho que o tempo passa sem que o essencial se resolva.

Sem reforços de qualidade excecional, Marco Silva optou pelo caminho mais inteligente: manteve a estrutura e esperou pelo crescimnto dos jogadores. Mas esta linha poderá simplesmente não ser suficiente para conseguir que o Sporting cresça e consiga fazer mal aos adversários. Face à irregularidade de Carrillo e às limitações de Capel, talvez um dia destes o treinador tenha de pensar num sistema com quatro médios, em que seja possível conciliar João Mário e Adrien no mesmo onze, por exemplo, e colocar alguém ao lado de Montero.

Desafios.