Antes de mais devo admitir que consigo ver em Ruben Amorim coisas promissoras.

Mais do que os resultados, e acima de tudo, consigo ver uma característica que define um bom treinador: a capacidade de tornar os jogadores melhores do que eles realmente são.

Ruben Amorim retira o melhor de cada atleta, e isso só os melhores conseguem.

Basta olhar para o que valia a equipa do Sp. Braga antes de ele chegar e o que vale agora, o que valia cada jogador antes de ele chegar e o que vale agora, o que sentimos que os atletas eram capazes de fazer antes dele chegar e o que sentimos que eles são capazes de fazer agora.

Ruben Amorim valoriza os atletas, e essa característica define um treinador.

Apesar disso, não consigo compreender como se paga 12,5 milhões de euros por um treinador promissor. Porque nesta altura é isso que Ruben Amorim é: uma promessa.

Não o vimos sob a pressão dos resultados negativos, não o vimos num clube desorganizado como o Sporting, não o vimos ao longo de uma competição exigente como é o campeonato, não o vimos em situações difíceis das quais uma estrutura forte como é a do Sp. Braga consegue proteger.

Não o vimos, no fundo, para lá de treze jogos numa equipa de primeira divisão, o que é demasiado pouco para ter as certezas que um investimento de 12,5 milhões de euros devia implicar.

Por isso, e ao contrário do que disse Frederico Varandas, esta contratação não seria uma grande jogada em nenhum outro clube português. Não seria uma grande jogada em nenhum clube do mundo.