Na Colômbia há uma equipa de futebol que consegue um feito raro: agradar a todos os homens. Quando se fala dela, em discussões de café ou nos jogos, há sempre consenso: tem talento. Se alguma coisa corre mal, é prejudicada pelos árbitros. Mesmo que perca, os adeptos ficam satisfeitos.

Ora a equipa em causa tem pouco mais do que um ano e responde pelo nome de Divas. Tem um plantel de 42 elementos com uma coincidência no mínimo atractiva: são todas mulheres. Mas não são só mulheres, são mulheres belas. Muito belas. Todas elas modelos ou apresentadoras de televisão.

A ideia genial nasceu da cabeça de dois irmãos: Alejandro e Juan Duque. O segundo foi jogador do Independiente de Meddelín, o primeiro está ligado à comunicação social. Um é treinador e o outro director. Juntos têm essa tarefa muito aborrecida que é fazer os castings para novas atletas.

As Divas também são duras: «Damos muitas patadas»

Alejandro Duque falou com o Maisfutebol e explicou que é um trabalho difícil, mas alguém tem que o fazer. «Já recebemos mais de cem candidatas. Mas não podem entrar todas», conta. «A Colômbia, e Medellín em particular, tem muitas mulheres bonitas. Por isso temos de ser muito exigentes.»

Ora a exigência conduziu à recusa de cerca de 60 por cento das candidatas. «Ficam desiludidas, mas não podemos ser condescendentes», conta. «Surgiu uma menina que fisicamente não era muito boa. Ficou frustrada por ter sido recusada, até porque era muito forte futebolisticamente.»

Mas como surgiu a ideia?, pergunta-se. «Surgiu quando falávamos que faltavam mulheres bonitas no futebol», responde. «Há sex-symbols em vários desportos, mas no futebol geralmente as mulheres têm estilo um muito masculino. Então colocámos anúncios a pedir modelos para jogar futebol.»

A campanha foi divulgada na televisão, no rádio e na imprensa. As respostas surgiram rápidas, e continuam a surgir. «Como não podemos aceitar todas as meninas, abrimos uma escola de futebol para as menos bonitas. Temos um treinador que ajuda as Divas e dá aulas às outras na escola para progredirem.»

A equipa não compete oficialmente: só faz jogos amigáveis. Até agora só na Colômbia, mas está com vontade de sair do país. «Já tivemos contactos de outros países. Esperamos também poder jogar em Portugal», adianta Alejandro Duque, ele que quer levar a equipa das Divas ao mundo.

Apesar de não competir oficialmente, a equipa não leva o futebol de ânimo leve. Tem dois treinadores profissionais e trabalha afincadamente, por vezes com mais do que um treino por semana. Nas bancadas junta sobretudo homens, que pagam bilhete. «O dinheiro é todo para obras de caridade.»

Abençoadas sejam.