Pela primeira vez, Francisco Ramos saiu da sua «zona de conforto» e rumou ao Desportivo de Chaves, por empréstimo do FC Porto. Começou a trabalhar às ordens de Jorge Simão, mas depressa surgiu uma nova missão: a olímpica.
O médio está entre os 18 eleitos de Rui Jorge para representar Portugal no torneio de futebol masculino e por isso a afirmação no conjunto flaviense vai ficar para mais tarde.
Ao Maisfutebol falou sobre os objetivos para esta temporada e recordou a última época.
Dragão de Ouro em 2015, estreia pela equipa principal no estádio do Dragão, título na equipa B: foi um ano em cheio para Francisco Ramos, mas ainda lhe falta o seu maior «sonho».
«Tive a experiência de me estrear no Dragão no ano passado, foi o momento mais marcante até aqui e agora tenho o sonho de jogar regularmente pelo FC Porto, quero concretizar esse sonho e vou fazer por isso.»
Foi pela mão de José Peseiro que representou pela primeira vez a equipa principal dos azuis e brancos, depois de Lopetegui nunca ter apostado oficialmente em si. O internacional jovem por Portugal desvaloriza isso: «O mister Lopetegui teve as suas opções e eu respeito-as. Sentiu que não estava preparado para jogar aquele nível, acabei por fazer uma pré-época e algumas semanas de treino, mas isso também faz parte do crescimento. Tenho que respeitar e trabalhar, não temos que opinar sobre nada, temos é que treinar e jogar.»
O técnico espanhol saiu, Peseiro apostou nele, Pinto da Costa afirmou que em 2016/17 teria espaço no plantel mas... não se confirmou.
«São opções que são tomadas e tenho é que respeitar, trabalhar para no próximo ano ou o mais rápido possível voltar ao meu clube que é o FC Porto. Tenho que encarar isso com mais motivação para trabalhar e conseguir singrar no clube do meu coração.»
LER TAMBÉM: Francisco Ramos: «É um sonho de menino estar nos Jogos Olímpicos»
Para isso o ano em Chaves pode ser fulcral e o médio vê este empréstimo com agrado, apesar de considerar «muito difícil» sair na cidade Invicta: «Será uma transição difícil que exige muita persistência. Penso que me vou adaptar bem, serve para crescer não só como jogador mas como homem, sair da minha zona de conforto e passar por outras coisas, outras vivências, apanhar novos jogadores e treinadores, um novo tipo de futebol e de estratégia perante o jogo. Quero aprender não só como jogador mas como ser humano.»
E porquê o Desp. Chaves?
«Havia várias possiilidades, foi um clube que demonstrou interesse e faz-me bem sair da minha zona para crescer como homem.»
«Crescer» é a palavra de ordem para a nova experiência e para isso o objetivo passa por «jogar o mais tempo possível, ajudar a equipa e fazer com que o Desp. Chaves singre na I Liga e se consiga consolidar.»
Se isso acontecer, Francisco Ramos acredita que pode voltar a atuar no Estádio do Dragão com a camisola do FC Porto e cumprir o seu sonho.
Neste momento há dois exemplos de jovens da formação que estão no plantel azul e branco: André Silva e Rúben Neves. Francisco Ramos elogia o médio e quer chegar ao nível dele.
«Tenho o Rúben como um grande amigo e vejo nele muitas qualidades que o fizeram chegar ao patamar em que está. Vejo-o como um exemplo a seguir e sinto-me capaz de lá chegar. Não vou fazer o mesmo percurso dele, vou fazer um percurso diferente, mas espero chegar ao mesmo nível que ele.»
Francisco Ramos é médio tal como Rúben Neves, mas com características diferentes e mais ofensivas. Cresceu a idolatrar um ex-FC Porto e atualmente não goste de ninguém especialmente.
«Sempre tive um ídolo, o Deco. É uma das minhas referências e, hoje em dia, quando olho para o patamar mundial vejo e admiro muitos mas nenhum em especial, vejo o que cada um faz dentro de campo e tento melhorar.»
Como já disse, o FC Porto é o seu clube do coração e por isso ter sido distinguido como «Dragão de Ouro» foi para si «um ponto muito alto na carreira».
«Ser Dragão de Ouro é um motivo de grande orgulho para mim e para os meus, e é um reconhecimento de muitos anos de trabalho, de oito ou nove anos no FC Porto, e é um momento que guardarei para toda a vida.»
E fora do campo, sem a bola nos pés, o que gosta de fazer, Francisco Ramos?
«Gosto muito de praia. Gosto de estar com os meus amigos, ir tomar café. Quem me conhece sabe que sou brincalhão e muito tranquilo. Gosto de estar com os meus.»
Em Chaves não haverá praia, como tanto gosta, mas poderá ser uma etapa fundamental para voltar à praia que mais gosta de frequentar: o Estádio do Dragão!
