Em 2016/2017 subiram juntos à liga e, três anos depois, novamente juntos, descem à segunda liga. O Portimonense fez a sua parte, venceu, mas o Tondela e o Vitória de Setúbal também triunfaram.
Tal como no jogo com o Benfica, os jogadores do Aves voltaram a não disputar o primeiro minuto de jogo, em protesto por aquilo que têm passado, com o Portimonense a mostrar-se solidário e a trocar a bola no seu meio-campo.
Os algarvios acusaram a responsabilidade, em que só a vitória interessava e podia não chegar... como não chegou! O Aves aproveitou esse estado de alma e nos primeiros minutos foi a equipa mais incisiva e assumiu o controlo das operações, obrigando o Portimonense a recuar. No entanto, a equipa de Nuno Manta Santos não dispôs de oportunidades de golo.
Na primeira vez que se acercaram da baliza adversária, os algarvios estiveram perto de marcar, pela cabeça de Dener, que desviou para bem perto do poste esquerdo, um cruzamento de Tabata. O internacional olímpico brasileiro deu sequência a um bom trabalho de Jackson Martinez, que encontrou espaço para romper na direita e cruzar, naquela que foi a única e clara oportunidade de golo que se viu no Portimão Estádio, nos primeiros 45 minutos.
Foi muito pouco, e o futebol ofensivo do Portimonense resumiu-se a alguns cruzamentos de Tabata na direita, que não encontravam correspondência na finalização. Também há mérito avense, que foi competente em fechar os caminhos da sua baliza.
Além desse momento, Sheytanov apenas por outra vez viu-se em situação complicada, quando efetuou grande defesa a remate de Aylton Boa Morte, mas o lance foi anulado por fora de jogo do avançado do Portimonense. Antes de Hugo Miguel apitar para intervalo, Bruno Costa bateu um livre, Sheytanov largou a bola e a tentativa de três jogadores do Portimonense em desviá-la para dentro acabou em falta ofensiva e a bola nas mãos do guarda-redes búlgaro.
Para quem era obrigatório vencer, a produção do Portimonense ficou muito aquém desse objetivo na primeira metade... e com o Vitória de Setúbal e o Tondela a vencerem os seus jogos, os algarvios estavam virtualmente na segunda liga.
A missão tornou-se assim mais complicada para a equipa orientada por Paulo Sérgio, que no reinício deixou Fali Candé, lateral-esquerdo, para a entrada do avançado Vaz Tê, que se posicionou ao lado de Jackson Martinez, e o Portimonense passou a atuar em 4x4x2, em vez do 4x3x3, com Júnior Tavares a recuar para o lado esquerdo da defesa.
Os algarvios forçaram no ataque, mas as dificuldades em construir situações de perigo para a baliza adversária eram enormes: o Aves praticamente limitou-se a defender com todos e bastante recuado e sem avançar, nem mesmo quando o Portimonense organizava as saídas ainda no seu meio-campo, para aliciar a subida do adversário.
Um remate de Tabata na esquerda defendido por Sheytanov para canto foi o melhor que o Portimonense conseguiu e obrigou Paulo Sérgio a novas mexidas, com as entradas de Lucas Fernandes e Anderson Oliveira. No minuto seguinte Marius assustou num remate ao lado de fora da área e pouco depois o Portimonense chegou ao golo: canto de Tabata na esquerda entrada de cabeça fulminante de Willyan, sem hipótese de defesa para Sheytanov. Mais um golo de canto para o Portimonense, recorrente desde que Paulo Sérgio pegou na equipa.
Por entre a reação do Aves, Vaz Tê falhou soberana oportunidade para aumentar a vantagem, após grande jogada de Tabata na esquerda. O remate do avançado, solto na área e em zona frontal, não passou muito distante do ferro do poste direito. Perto do final e novamente na sequência de um pontapé de canto, Dener voltou a saltar mais alto na área e desviou de cabeça para o segundo da sua equipa.
A gerir a vantagem, os algarvios tinham os ouvidos em Moreira de Cónegos e em Setúbal, mas as boas notícias não chegaram e a descida de divisão acabou por ser real...